
A partir desta quarta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumprirá agenda em Pernambuco. Há uma grande expectativa do PSB, principal aliado do PT no plano nacional e partido do candidato à vice-presidência, de que o petista faça um discurso mais enfático de apoio ao pré-candidato ao governo estadual, Danilo Cabral (PSB).
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Segundo o Valor Econômico, há um desconforto na coligação, que coaliza oito partidos de sustentação do governador Paulo Câmara (PSB), devido ao uso eleitoral intenso da imagem de Lula pela deputada Marília Arraes (Solidariedade), principal adversária do PSB na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.
Em vídeo, Lula já declarou que, em Pernambuco, seu único candidato é Danilo Cabral, no entanto, alegou em entrevista a uma rádio local que não pode impedir que Marília Arraes use a sua imagem.
Na próxima quinta-feira (21), será a data em que o PT vai oficializar a candidatura de Lula à Presidência da República. No dia, o petista participará de encontro com representantes do setor cultural em um teatro da capital pernambucana.
Escanteada do PT, Marília quer influência petista
Mesmo integrando um partido que apoia Lula, Marília Arraes não foi convidada para a manifestação de apoio ao ex-presidente. A justificativa oficial é de que o ato é da Frente Popular. Lideranças do PSOL, partido que lançou pré-candidatura própria ao governo do Estado, também não foram convidadas.
Preterida pelo PT, Marília deixou o partido no fim de março e filiou-se ao Solidariedade. A legenda integrava a base de sustentação do governo Paulo Câmara em Pernambuco.
De acordo com informações, a relação da deputada com o PT sempre foi conturbada. Em 2018, após ser estimulada por Lula, tinha o sonho de disputar o governo contra Paulo Câmara. Ela conseguiu o apoio do diretório estadual, mas uma intervenção nacional após costura entre PT e PSB, feita pelo feita pelo próprio Lula para isolar Ciro Gomes (PDT) no plano nacional, a deixou de fora da disputa.
Em 2020, o comando nacional do partido resolveu bancar sua candidatura na corrida pelo Prefeitura do Recife mesmo com o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no Estado, defendendo posição contrária.
O embate com o primo João Campos (PSB), que a derrotou no segundo turno das eleições municipais, foi uma das mais acirradas da história do Recife. Agora, fora do partido de Lula, Marília deseja surfar na onda petista, erguida a partir da aliança interpartidária costurada à nível nacional, para aumentar sua popularidade noi estado.