Por Carolina Fortes
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (21) a “Operação Laissez Faire, Laissez Passer”, mais uma etapa nas investigações que apuram crimes na Petrobras. Policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, no Paraná.
Segundo dirigente de uma empreiteira nacional, que colaborou com a Justiça através de delação premiada, foram realizados pagamentos de vantagem indevida pelo antigo Diretor de Abastecimento, bem como por agente político que havia sido responsável pela sua indicação para o cargo dentro da estatal.
Um empresário investigado teria operacionalizado os pagamentos e, para ocultar e dissimular a origem dos recursos, feito contratos de prestação de serviço fictícios e emitido notas fiscais falsas. O dinheiro era destinado para despesas pessoais do diretor da Petrobras, como pagar reformas em seu apartamento.
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Além dele, o responsável pela indicação do Diretor de Abastecimento também foi beneficiado no esquema de corrupção. A entrega dos valores era feita em espécie para a chefe de gabinete do parlamentar. Parte do dinheiro também era destinado à então secretária do diretor.
Mensagens de e-mail, SMS, e análise de documentos e extratos de pagamentos revelaram que a funcionária, valendo-se de sua posição, solicitava vantagens indevidas ao operador, que eram atendidas através da quitação de mensalidade da faculdade do filho dela.
As despesas eram pagas com o dinheiro obtido pelo acerto mantido com o empreiteiro. A Polícia Federal continua as investigações para identificar e responsabilizar os suspeitos.
Deputados pedem prisão de Dallagnol
No dia 17 de outubro, após a denúncia de Vinicius Segalla, no Diário do Centro do Mundo de que Deltan Dallagnol e Athayde Ribeiro Costa – respectivamente chefe e membro da extinta Operação Lava Jato – teriam negociado os termos da delação premiada do ex-executivo da Petrobras Pedro Barusco, vários deputados pediram a prisão de Dallagnol.
Diálogos travados entre os procuradores Deltan Dallagnol e Athayde Ribeiro Costa, da operação Lava Jato, mostram que ambos redigiram uma nova versão da delação premiada do ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, no início do ano de 2015. O objetivo era incluir o Partido dos Trabalhadores entre as figuras delatadas, com a intenção manifesta de atingir fins políticos e “derrubar a República”.
É o que revelam mensagens analisadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing, divulgadas em reportagem do DCM. Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato também propuseram cláusulas extras e negociaram os termos da delação.
Segundo a reportagem, a primeira versão da delação de Pedro Barusco, que menciona suposto acerto de propina entre funcionários de carreira da petrolífera, representantes de empreiteiras e políticos. Mas não citava explicitamente o PT.