Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, afirmou que o duelo da “terceira via” será com Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais e que espera que os adversários vençam e enfrentem Lula (PT) em um eventual segundo turno.
Segundo Dino, a chamada terceira via só cresce disputando o eleitorado pelo “campo da direita”, o que faz com que o embate com Bolsonaro seja inevitável.
“Ela [terceira via] tem que de fato combater o bolsonarismo na eleição de 2022, e para ter sobrevivência no futuro. Eu espero que eles tenham êxito, porque Bolsonaro perderá, mas nós precisamos que também o bolsonarismo volte para a sua casinha. [Precisamos] que o demônio volte para o inferno. Para isso, é preciso que haja mais exorcistas em ação”, afirmou.
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Dino ainda defendeu que Lula dialogue com as “forças do mercado” e que juntamente com Geraldo Alckmin, que também se filiou ao PSB, construa um programa “centrista, de mudanças moderadas na Constituição e sem muita aventura”.
“Não basta você juntar pessoas, siglas. É preciso que você tenha modulação programática. Há essa visão de que ‘a gente amplia nos nomes, mas o programa é nosso’. Essa visão é errada. Não basta botar o [ex-governador Geraldo] Alckmin, é preciso que o que o Alckmin representa esteja no programa de governo, senão fica um negócio ‘fake’, e perde a potência eleitoral”.
Bolsonaro ataca Dino
Em janeiro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em vídeo que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), é um “comunista gordo”. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo comentou que a característica é comum aos líderes de países comunistas, citando a Coreia do Norte e a Venezuela como exemplos.
— Vocês repararam que, nos países comunistas, geralmente o chefe é gordo? O cara da Coreia do Norte, gordinho né? Venezuela, gordinho né? Maranhão? — disse Bolsonaro, rindo na sequência.
Após tomar conhecimento da declaração preconceituosa, Dino reagiu em suas redes sociais ao que classificou como “piada, além de sem graça, repetida”. O governador ainda chamou o de “fracassado” e presidente que ele trabalha.
“1. “Piada”, além de graça, repetido. Compatível com a notória escassez de neurônios do indivíduo. 2. Ao bisonho e fracassado “piadista”, faço uma conclamação: VAI TRABALHAR. Os problemas federais são cada dia mais graves: inflação, desemprego, aumento dos combustíveis etc”, escreveu Dino, um dos mais ativos contra o governo.