
Em meio à paralisação da vacinação em várias cidades, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) solicitou, em nota publicada na terça-feira (16), pelo que considera como “necessária, urgente e inevitável” troca de comando no Ministério da Saúde, atualmente gerido pelo general Eduardo Pazuello, em razão da “angústia e o sofrimento da população que corre aos postos de saúde na busca de vacinas contra a Covid-19“.
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A entidade também afirma que a pasta “tem reiteradamente ignorado os prefeitos do Brasil, com uma total inexistência de diálogo”.
No documento, ainda, a CNM diz que tem acolhido “relatos de prefeitas e prefeitos de várias partes do país indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo Ministério”.
“Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para Estados e Municípios. Com uma postura passiva, a atual gestão não atende à expectativa da Federação brasileira, a qual deveria ter liderado, frustrando assim a população do país”, disse em nota.
“O governo federal falhou com a gente”
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) também criticou o governo federal por erros no processo de vacinação. O presidente da organização, Jonas Donizette afirmou, em entrevista à CNN, que o governo federal falhou com os municípios na distribuição de vacinas contra o coronavírus.
Segundo Donizette, em reunião com Eduardo Pazuello, em janeiro, os gestores municipais concordaram que “tão importante quanto começar a vacinar, é manter a vacinação”. “Infelizmente, o governo federal falhou com a gente. Por isso, agora falta vacina e também informação para os prefeitos”, relatou o representante dos prefeitos.
O presidente da FNP alegou que a falta de comunicação entre o Ministério da Saúde e os municípios afeta o planejamento da campanha de vacinação regional. De acordo com ele, a partir de sexta-feira (19) cidades com grande número de habitantes devem ficar sem estoques de vacinas contra a Covid-19.
“Nós temos no horizonte que até sexta-feira grande parte das cidades populosas devem ficar sem doses de vacina. E, para a semana que vem, nós não teremos mais se não for enviado um novo lote”, disse Donizette.
O Brasil vacinou somente 5,5 milhões de pessoas com a primeira dose, segundo um levantamento da imprensa brasileira.
Com informações da IstoÉ, CNN e DW Brasil