Apesar da derrota na votação da MP do Apagão, que privatiza a Eletrobras, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) segue na batalha para reverter a situação na Justiça o avanço da agenda privatista de Jair Bolsonaro (sem partido). Da bancada socialista, 21 deputados votaram contra a privatização da Eletrobras e seguiram a orientação do partido. Os quatro parlamentares dissidentes abriram um debate interno entre socialistas.
Movimento Popular quer expulsão
O secretário nacional do Movimento Popular Socialista (MPS), Acilino Ribeiro, reagiu ao voto contrário dos parlamentares à orientação do partido. “Deixamos nossas digitais na privatização da Eletrobras”, apontou. Ribeiro avalia que o grupo de deputados que vota contra a orientação da bancada faz um mal imenso para imagem do partido. Ele defende a expulsão imediata dos dissidentes.
“Eles sozinhos fazem um mal imenso a imagem do nosso partido. Prejudicam nossa Autorreforma, o trabalho incansável dos demais deputados que estão sempre na luta, mancham nossa história.”
Acilino Ribeiro
O presidente da comissão redatora da Autorreforma do PSB e integrante do Diretório Nacional, Domingos Leonelli, apoia o MPS e considera a dissidência dos parlamentares uma “traição”.
“A privatização da Eletrobras é uma traição ao programa atual e as teses da Autorreforma do PSB. Esses deputados são traidores reincidentes. Devemos pedir a sua expulsão por contrariarem o programa e a orientação da bancada.”
Domingos Leonelli
MP do Apagão aprovada no tapetão
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, criticou a aprovação da MP do Apagão. “No tapetão, sem debate, os governistas aprovaram a privatização da Eletrobras na Câmara”, escreveu. O dirigente também alertou que a luz vai ficar 14% mais cara.
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que a luta contra medida tão prejudicial ao país segue no Senado e na Justiça. Ele classifica a aprovação da matéria como “criminosa”.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) alerta para o quanto a privatização da Eletrobras é ruim para a população. “Provocará aumento da conta de luz”, diz.
A socialista Lídice da Mata (PSB-BA) postou um vídeo no qual explica o porquê é contrária à MP do Apagão. “Votei não, pois o projeto representa energia mais cara, perda de soberania nacional do setor energético e riscos de apagão”, escreveu.
MP do Apagão não foi a primeira vez
Os deputados Jefferson Campos (PSB-SP) e Liziane Bayer (PSB-RS) já haviam ido contra a orientação da bancada em outros temas importantes. Como o posicionamento contrário dos socialistas quanto à autonomia do Banco Central e em favor da manutenção da prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ). Eles também contrariaram a bancada na presidência da Câmara e votaram no atual presidente. Felipe Carreiras (PSB-PE) e Ricardo Silva (PSB-SP) também votaram a favor da MP do Apagão e devem sofrer sanções do partido.
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