Bolsonaro disse, nessa terça-feira (28), que lamenta, mas não tem o que fazer em relação ao novo recorde de mortes por covid-19 no Brasil. A fala ocorreu no dia que o país contabilizou 474 óbitos em 24 horas, ultrapassando a China no número total de óbitos pela pandemia.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse Bolsonaro, em referência ao próprio sobrenome.
No mesmo dia, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), os óbitos confirmados por covid-19 ultrapassavam a marca dos 5 mil, chegando a 5.017, superando os 4.643 da China. A pasta diz que há ainda 1.156 óbitos em investigação.
O presidente, que vive às voltas com as crises políticas geradas por ele nos últimos dias, respondeu a uma jornalista durante a entrevista em frente ao Palácio da Alvorada. Ela perguntou: “A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19…” e teve a resposta atravessada.
No intervalo de 18 dias, entre 29 de março e 16 de abril, a China registrou 42 mortes novas mortes e o Brasil, 1.788. Há registros de óbitos que demoram até um mês para serem feitos. Com a repercussão da fala desastrosa, posteriormente, Bolsonaro deu uma declaração mais amena sobre o assunto.
Teich admite situação grave
O ministro da Saúde, Nelson Teich, assumiu nessa terça-feira que o aumento de casos de contágio e morte por covid-19 constitui uma tendência. Na última semana, Teich havia declarado não ver um crescimento explosivo de casos do novo coronavírus no Brasil.
“O que tem que ficar claro é que é um número que vem crescendo. Há uns dias atrás eu falei que poderia ser um acúmulo de casos de dias anteriores, que foi simplesmente resgatado. Mas como a gente tem a manutenção desses números elevados e crescentes, temos que abordar isso como um problema, como uma curva que vem crescendo, como um agravamento da situação”, registrou a Folha.
O Brasil ocupa a 9º posição no ranking mundial de países com mais vítimas do novo coronavírus.
Com informações da Folha.