Em um ato em combate ao racismo religioso e em defesa da democracia na Praça da Sé, centro de São Paulo, no domingo (12), um dos fundadores da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito, pastor Ariosvaldo Ramos, afirmou que “Tomar posição de resistência contra esse governo é estar contra o diabo”. Citando textos bíblicos, o pastor criticou o governo de Jair Bolsonaro e fez apelo à vida.
A atividade realizada por líderes de torcidas organizadas e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) seguiu de forma tranquila e contou com discursos de sindicalistas, líderes religiosos mulçumanos e praticantes de religiões de matrizes africanas.
“Nós temos que resistir pela democracia, pelos direitos humanos que devem ser a espinha dorsal do Estado. Trabalhadores devem lutar pelos direitos perdidos. O povo de periferia, pobre, é base motora da nação. Precisamos denunciar, tomar posição, deixar evidente que não participamos disso”, convocou o pastor.
Em uma conjuntura de aumento da média diária de mortos pelo novo coronavírus no Brasil, 1.036, contabilizado a cada 7 dias, o líder evangélico lembrou que a vida é o mais importante nesse momento, e que não vai compactuar com a morte, nem com a mentira.
“A bíblia diz que o pai da mentira é o diabo. Tomar posição de resistência contra esse estado é tomar posição de resistência contra o diabo. Em nome de Jesus. Não podemos permitir que isso avance”, afirmou.
População de rua
Durante a manifestação, foram entregues cerca de 1,5 mil refeições e máscaras à população em situação de rua que vive na praça, em sua maioria, pessoas negras. A ação foi realizada pelos representantes de torcidas organizadas.
Bruno Almeida, diretor da Gaviões da Fiel, defendeu a atuação do movimento de torcidas organizadas, como forma de representar contra opressão e fascismo. “As torcidas fazem frente às lutas. Temos experiência de estar sempre lutando pelo povo, contra a desigualdade racial e social”, ressalta.
“Isso ocorre por conta do descaso, da falta de projeto político do presidente, do governador e do prefeito. Por isso, estamos junto do povo. As torcidas organizadas estão se sensibilizando nesse período pela população que sofre. Mas os políticos deveriam estar aqui, no marco zero de São Paulo, na Praça da Sé, para lutar com o povo”, afirmou Alex Minduin, presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas.
Com informações do Alma Preta.