Os socialistas se posicionaram novamente contra o projeto que institui o voto impresso no país. Questão defendida de maneira autoritária pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como condição para a realização das eleições do próximo ano, projeto já foi barrado na comissão especial que analisou o tema. Mas deverá ser votado pelo plenário da Câmara nesta terça-feira (10). Expectativa é o que o resultado se repita e a proposta seja arquivada de vez.
O líder da Oposição Alessandro Molon (PSB-RJ) garante que o desfile do comboio militar, que gerou uma onda de memes no país, “não irá nos intimidar”.
O líder da Minoria Marcelo Freixo (PSB-RJ) relembrou o inesquecível power point da Operação Lava Jato apresentado contra o ex-presidente Lula. Ele, porém, apresentou argumentos mais que comprovados, e não apenas “convicção”.
Para Freixo, “Bolsonaro defende o voto impresso porque sabe que ele favorece os currais eleitorais das milícias. Não importa se o eleitor não vai levar o comprovante para casa, o simples fato dele existir já vai ser usado pelos milicianos para espalhar o terror nas periferias.”
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) reforça que desde 1996, quando a urna eletrônica passou a ser utilizada no país, nunca houve comprovação de fraude.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) garante que o comboio do fumacê não intimida.
O socialista Bira do Pindaré (PSB-MA) também marcou posição.
A deputada Lídice da Mata (PSB-RJ) afirma que “o Brasil quer o extrato ‘impresso’ e ‘auditável’ do cartão corporativo usado por Bolsonaro.
O voto impresso foi derrotado na comissão especial criada para analisar o tema na última quinta-feira (5). No dia seguinte, a comissão aprovou o parecer contrário à medida. Quando um projeto é rejeitado pela comissão especial, normalmente, é arquivada.
Porém, o presidente da Câmara tem a prerrogativa de levar a proposta para ser votada no plenário. Bolsonarista, Arthur Lira (PP-AL) optou por analisar novamente o projeto.
Nenhuma acusação de fraude nas eleições foi confirmada até hoje. Mas Bolsonaro tem feitos reiterados ataques ao sistema eleitoral sem nunca ter apresentado nenhuma prova. Nem mesmo quando requisitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em live considerada ‘patética’ por ministros das duas Cortes, ele admitiu não ter como comprovar as mentiras que espalha.
Arthur Lira
Lira preferiu não “prever” o resultado do plenário, mas disse que “os parlamentares são livres” e que haverá consequências e reverberações, qualquer que seja o resultado da votação.
“Vamos esperar o resultado. Como eu disse, tanto um resultado quanto outro terão reverberações, terão consequências. Se passar, teremos segundo turno, teremos Senado, teremos manutenção de texto ou não no Senado”, disse.
A impressão do voto depositado na urna eletrônica é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem feito ataques sem provas ao sistema eleitoral e já ameaçou agir “fora das quatro linhas” da Constituição.
Bolsonaro tem acusado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir no debate e, em diversas oportunidades, ameaçou com a não realização das eleições em 2022 caso não fosse aprovada a matéria.
Na segunda, o presidente da Câmara chegou a afirmar que poderia adiar a votação em plenário se houvesse pedido dos líderes partidários, frente ao desfile militar organizado pela Marinha que colocou tanques na Esplanada dos Ministérios no mesmo dia da análise da PEC.
Com informações do G1