O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e o deputado Elias Vaz (PSB-GO), ambos socialistas, querem que Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni sejam convocados para explicar a intenção de vender o edifício Gustavo Capanema, localizado no Rio de Janeiro (RJ), um dos mais emblemáticos prédios do modernismo brasileiro.
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Os deputados pretendem ouvir os ministros na Comissão de Fiscalização e Controle, que precisa aprovar os requerimentos. “Um inegável patrimônio brasileiro, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, não pode ser colocado à venda por expressa vedação legal”, dizem os deputados.
Molon (PSB-RJ), denunciou o desmonte na gestão cultural bolsonarista. “Cultura e História não têm preço, e o desgoverno deve esclarecimentos”, cobrou.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) defendeu a convocação pelas redes sociais. “Querem acabar com o nosso patrimônio, destruir a nossa história. Mas estamos de olho!”, garantiu.
Socialistas querem parar venda
Descaso, abandono e vendas do patrimônio da cultura nacional. O anúncio da venda do Palácio Capanema, no Rio de Janeiro, no “feirão de imóveis” anunciado pelo governo federal para o fim de agosto, é mais um absurdo dos inúmeros realizados diuturnamente por Jair Bolsonaro (sem partido).
A União investiu R$ 100 milhões, nos últimos sete anos, restaurar o Palácio, considerado um marco na arquitetura moderna e um patrimônio da cultura nacional. Arquitetos, artistas e ex-ministros da Cultura condenaram em uníssono mais essa ação neoliberal do atual governo. As informações são de Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo.
A sede do antigo Ministério da Educação e Saúde nasceu do traço do franco-suíço Le Corbusier, que visitou o país em 1936. O croqui reunia os principais elementos de sua arquitetura: construção sobre pilotis, terraço-jardim, janelas em fita.
O projeto foi desenvolvido por uma equipe liderada por Oscar Niemeyer. Os azulejos de Candido Portinari, as esculturas de Bruno Giorgi e os jardins de Burle Marx transformariam o edifício num museu a céu aberto, inaugurado por Getúlio Vargas em 1945.
Hoje o edifício de 16 andares abriga uma biblioteca pública, uma sala de espetáculos, parte do acervo da Biblioteca Nacional e as superintendências de órgãos culturais.
Com informações da Folha de São Paulo e O Globo