
Um terremoto de magnitude 7,8 matou mais de 2,3 mil pessoas na Turquia e na Síria, segundo balanço de autoridades locais. O tremor foi sentido na madrugada desta segunda (6), noite de domingo (5) no Brasil.
Pelo menos 1.498 pessoas morreram na Turquia, de acordo com a agência de desastres turca, no pior evento do tipo no país desde 1939. Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad somou 430 mortos até aqui. Há, ainda, 380 mortes relatadas pelos Capacetes Brancos em áreas controladas por rebeldes.
Segundo o governo turco, mais de 5 mil pessoas ficaram feridas e 2.818 prédios desabaram. Na Síria, o número de feridos chega a 1.284 nas áreas controladas pelo regime e a mil em porções dominadas por rebeldes. Centenas de vítimas ainda estão nos escombros, e as cifras de mortos e feridos podem aumentar.
O epicentro do sismo foi registrado na região entre as cidades turcas de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, de acordo com os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha. Os tremores puderam ser sentidos na capital turca, Ancara, no Chipre, no Líbano e também no Iraque.
É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia. Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.
Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17 mil mortes, mil delas em Istambul.
Autoridades da Turquia na busca de sobrevientes
Segundo o vice-presidente turco, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, segundo a AFP.
“Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros”, disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV.
Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas. A emissora NTV indicou que havia prédios desabados nas cidades de Adiyaman e Malatya.
Enquanto isso, a televisão estatal síria relatou o desabamento de um prédio perto de Latakia, na costa oeste do país.
A mídia pró-governo informou que vários prédios desabaram parcialmente em Hama, no centro da Síria, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam resgatar um sobrevivente dos destroços.
Raed Ahmed, chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, disse à rádio oficial que este foi “historicamente o maior terremoto já registrado“.
Os Capacetes Brancos disseram que a situação é “catastrófica” e pediram às organizações humanitárias internacionais para “intervir rapidamente” para ajudar a população local.
Turquia pede ajuda interncional para lidar com crise
Na Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, declarou que “todas as nossas equipes estão em alerta” e pediu ajuda internacional. O Azerbaijão, país aliado da Turquia, anunciou o envio imediato de 370 socorristas, segundo a agência oficial de notícias turca.
Estados Unidos, União Europeia, França, Itália, Alemanha e Israel também informaram o envio de equipes de emergência.
A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.
Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções. Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, causando 114 mortos e mais de 1.000 feridos.