Infectologistas alertam que novos estudos reforçam que a hidroxicloroquina deve ser abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19
Após o Ministério da Saúde enviar ofício à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pedindo que a instituição dê ampla divulgação ao tratamento com uso de hidroxicloroquina ainda nos primeiros dias de sintomas de Covid-19, infectologistas alertam sobre seus riscos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em nota divulgada nessa sexta-feira (17), “dois estudos clínicos robustos” publicados em “revistas médicas prestigiosas” comprovaram que a droga não foi eficaz e ainda trouxe complicações aos pacientes.
Diante dos novos estudos, a SIB avalia como “urgente e necessário” que “os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais”
Tratamentos seguros
Os infectologistas reforçam que as principais evidências científicas devem orientar “médicos e entidades públicas e privadas” para que os pacientes tenham acesso a tratamentos seguros. A SBI cita como exemplos a “oxigenioterapia, dexametasona e anticoagulante profilático” nos pacientes hospitalizados.
Em novo informe, a instituição afirma que é necessário utilizar o recurso público em medicamentos que comprovadamente são eficazes e seguros para pacientes com COVID-19, relembrando que esses estão em falta.
Confira informa na íntegra logo abaixo:
Cloroquina e Bolsonaro
Defensor do medicamento desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro, que está infectado com a doença, faz uso da cloroquina e elogia o tratamento constantemente em entrevistas ou lives em suas redes sociais.
Base de apoio do governo, o Exército Brasileiro está responsável pela produção do medicamento, que teve um aumento de até 84 vezes na fabricação. Além disso, a matéria-prima para o medicamento foi cobrada por um preço seis vezes maior do que em 2019.