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No intuito de combate a disseminação de fale news nas eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou entidades e representantes dos mais diversos segmentos religiosos para se unirem em torno de votações pacíficas e seguras. Um termo de cooperação deve ser assinado na próxima segunda-feira (6).
O intuito é diminuir as desconfianças em torno do sistema de votação eletrônico, atacado diuturnamente por Jair Bolsonaro (PL) em suas ameaças golpistas na tentativa de colocar em dúvida o sistema eleitoral do país.
Embora não haja o compromisso em torno da defesa das urnas eletrônicas, um dos principais alvos de Bolsonaro, a proposta é ampliar o diálogo com a Corte eleitoral e abrir espaço para compartilhamento de informações oficiais sobre o pleito.
O presidente do TSE, ministro Edson Fachin teve um encontro com o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF), William Douglas, para organizar o evento de assinatura para a cooperação.
“Serão representantes de várias tradições religiosas diferentes, como da umbanda, candomblé, espíritas, muçulmanos, judeus, evangélicos e católicos”, disse o desembargador à Folha.
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Douglas era um dos nomes avaliados por Bolsonaro para preencher a vaga de “terrivelmente evangélico” no Supremo, que ficou com o ministro André Mendonça.
“Todos vão assinar um compromisso de trabalharmos a paz, tolerância, diálogo e o repúdio a qualquer solução violenta sobre as eleições”, disse.
O TSE afirmou em nota que o termo de cooperação será “especificamente relacionado com a promoção da ideia de paz, respeito e tolerância nas eleições”.
‘Paz, harmonia e respeito’
Embora não haja a confirmação de quais entidades devem assinar o documento, o presidente da Unigrejas, que reúne 50 mil pastores de diferentes denominações evangélicas, o bispo Eduardo Bravo, se comprometeu a trabalhar para eleições com “paz, harmonia e respeito”. A Unigrejas vai assinar o termo de cooperação.
“Para que nada impeça o processo eleitoral de acontecer da melhor forma possível”, disse à Folha.
De acordo com ele, a entidade se dispõe a divulgar conteúdos oficiais do TSE e incentivar outros representantes a fazer o mesmo.
Também à Folha, o fundador do Instituto Orí, que promove estudos sobre a cultura afro-brasileira, o babalorixá e professor Márcio de Jagun disse que o evento “é um gesto importante de respeito a essa cultura, de inclusão e de fortalecimento da democracia”.
“É muito importante que os diversos segmentos da sociedade, inclusive religiosos, participem das discussões públicas. As uniões de matriz africanas por muitos séculos não puderam participar de debates tão relevantes como esse”, disse.
Ao contrário do tenta fazer crer Bolsonaro, a população brasileira confia nas urnas eletrônicas. Pesquisa DataFolha da última semana, 73% afirmam confiar no sistema de votação do país ante 24% que não confiam.
Segundo levantamento do Datafolha divulgado na última semana, a confiança do brasileiro nas urnas eletrônicas caiu desde março, mas ainda é majoritária na população. No total, 73% responderam que confiam no sistema usado nas eleições, enquanto 24% afirmam não confiar.