Nesta terça-feira (6), o Facebook e o Twitter decidiram apagar mais algumas fake news divulgadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nas publicações, o mandatário americano minimizava a gravidade da doença e os perigos da Covid-19. Um dia depois de receber alta do hospital onde esteve internado por três dias, Trump usou seus perfis para afirmar, de forma mentirosa, que o coronavírus é menos letal do que a gripe.
“Vamos fechar nosso país? Não, aprendemos a conviver com ela, assim como estamos aprendendo a conviver com a Covid, que na maioria das populações é muito menos letal”, escreveu o presidente.
O coronavírus matou cerca de 210 mil pessoas nos Estados Unidos desde fevereiro. A gripe, que Trump usou como comparação, levou ao óbito entre 22 mil e 51 mil pessoas no país nos últimos cinco anos.
O Facebook excluiu a publicação. “Removemos informações incorretas sobre a gravidade da Covid-19, por isso removemos sua postagem”, disse a rede social.
Leia também: Twitter suspende filho de Trump após post sobre hidroxicloroquina
Já o Twitter manteve a mensagem, mas ocultou o texto e incluiu uma mensagem, indicando que Trump estava infringindo as regras sobre “informações enganosas e potencialmente perigosas relacionadas à Covid-19” e adicionou um link com informações confiáveis.
Em uma das primeiras imagens feitas logo após Trump deixar o hospital na noite da última segunda-feira (5), ele foi fotografado retirando a máscara de proteção individual ao chegar na Casa Branca.
Na sequência, em pronunciamento, o presidente prometeu retomar o ritmo de sua campanha à reeleição e voltou a minimizar a pandemia ao afirmar que os americanos não deveriam temer o vírus, apesar do país liderar o ranking mundial de mortes pela doença
Trump e as Fake News
Em agosto, o Facebook já havia retirado do ar um vídeo do presidente em que ele afirmava que as crianças “são quase imunes” ao vírus, informação que a rede social descreveu como “desinformação prejudicial sobre a Covid”.
De acordo com um estudo da Universidade Cornell, nos EUA, “o presidente dos EUA foi provavelmente o maior impulsionador da desinformação em torno da covid-19”. A pesquisa apontou que ele impulsionou a divulgação de quase 40% das informações erradas que circularam.
Seguidores do presidente americano
Trump não é o único presidente que já teve publicações excluídas ou sancionadas no Facebook ou no Twitter. Em março, as duas redes apagaram vídeos publicados pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) que também minimizavam a pandemia.
Antes de Bolsonaro, o Twitter só havia agido contra publicações de contas ligadas ao venezuelano Nicolás Maduro e ao “líder supremo” do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Maduro foi sancionado dias antes de Bolsonaro, por propagandear na rede, entre outras coisas, uma suposta cura caseira contra a Covid-19: uma mistura contendo capim-santo, gengibre, pimenta-do-reino, limão e mel.
Com informações da Deutsche Welle Brasil