
Após o crescimento alarmante no número de vidas perdidas pela Covid-19, o descontrole do contágio da patologia e o colapso nos sistemas hospitalares estaduais, estudantes e entidades estudantis nacionais lançaram o manifesto “Jornada de Lutas da Juventude 2021: Vida, Pão, Saúde e Educação”.
Convocando a sociedade civil para ações nas redes sociais e atos simbólicos nas ruas no próximo dia 30 de março, a mobilização busca reivindicar agilidade na imunização, auxílio emergencial, planos para enfrentamento da pandemia e da crise econômica, além de soluções urgentes para o acesso à educação.
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“É um grito dos estudantes que não aguentam mais e não se calarão diante de um governo genocida”, explica a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso.
Ganhando grande visibilidade nas redes sociais, o movimento estudantil já conta com o apoio de diversos políticos e personalidades. No Twitter, a socialista Lídice da Mata (BA) reiterou apoio à causa e afirmou: “estaremos juntos nesta iniciativa”.
Dia 30a @ubesoficial promove uma Jornada de Lutas em defesa da vida, da vacina, do auxílio emergencial, da educação e da ciência. Estaremos juntos nesta iniciativa! @minorianacamara @psbnacamara https://t.co/yATQos1rs5
— Lídice da Mata (@lidicedamata) March 17, 2021
Em seu microblog, a ex-deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) declarou que o movimento estudantil “é o grito que tomará o país nos próximos dias”.
Vida, Pão, Vacina e Educação: esse é o grito que tomará o país nos próximos dias ✊ A Jornada de Lutas, organizada pelas entidades estudantis @uneoficial, @ubesoficial e @anpg, realizará intervenções em defesa da vida, do auxílio, da vacina e da educação por todo Brasil! Bora! pic.twitter.com/EBEG4xIO5R
— Manuela (@ManuelaDavila) March 18, 2021
“Que a jornada de lutas da UNE, UBES e ANPG mobilize milhões de jovens pela salvação do Brasil”, escreveu o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP)
O movimento estudantil sintetizou as grandes urgências do Brasil em 4 palavras: Vida, Pão, Vacina e Educação. Que a jornada de lutas da @uneoficial @ubesoficial @anpg mobilize milhões de jovens pela salvação do Brasil. pic.twitter.com/GNzomBXpmQ
— Orlando Silva (@orlandosilva) March 17, 2021
Em seu Instagram, a atriz Taís Araújo demonstrou indignação com a falta de respeito à vida da população e clamou pela necessidade de uma plano de vacinação. “Chega dessa falta de respeito com a sociedade. Acabou. Basta”, escreveu.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PDT), a atriz Dira Paes, o vice-líder da oposição na Câmara Afonso Florence (PT-BA) e a jornalista Cynara Menezes também “levantaram a bandeira” do movimento.
Situação da educação pública
A Ubes também chama atenção para a situação da educação ao longo da pandemia, afirmando que a crise sanitária tem “excluído a juventude em situação mais vulnerável e aprofundado desigualdades, especialmente por falta de uma coordenação nacional para construção de soluções”.
Com isso, a entidade lançou uma nota técnica, em parceria com o Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ), sobre o Direito Humano à Educação na Pandemia. Além dos impactos diretos no abandono escolar e defasagem de aprendizados, o documento aponta a insegurança alimentar e o trabalho infantil como impactos indiretos da distância entre estudantes e escolas.
Em nota oficial, a Ubes também se posicionou sobre a urgência de controle da pandemia para que a educação presencial pudesse ser oferecida. Também cobrou o atraso na preparação da escola pública tanto para receber estudantes quanto para ofertar aulas a distância com conectividade.
Jornada de Lutas dos estudantes
A Jornada de Lutas da Juventude é um conjunto de mobilizações que acontece historicamente no mês de março, em homenagem a Edson Luis, secundarista assassinado pela polícia da ditadura militar em 28 de março de 1968, no Rio de Janeiro. As ações também celebram o fim do golpe militar de 1964.
A ação é liderada pela União Nacional dos Estudantes (Une), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e Ubes.
Com informação da UBES