Nesta última quarta-feira (3), o Wall Street Journal voltou a recordar as acusações que pesam sobre o presidente Jair Bolsonaro – descrito como um ex-congressista de extrema direita – acerca da tentativa de interferência na Polícia Federal. Em uma breve entrevista com o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o jornal repercutiu a afirmação do ex-integrante do governo: “Não escolhi sair, fui forçado a renunciar por um ato do presidente”.
“Moro, 47 anos, elogiado pelos brasileiros como o rosto da investigação da Operação Lava Jato, que enviou políticos e executivos de empresas importantes para a cadeia, renunciou em abril depois de acusar Bolsonaro de tentar interferir nas leis federais e em investigações. Dias antes da saída de Moro, o presidente demitiu seu ministro da Saúde depois que os dois se desentenderam algumas vezes sobre a gestão da pandemia que está assolando o Brasil”, descreveu.
Filhos
Ainda segundo o texto, “Moro se recusou a discutir as contínuas investigações dos três filhos de Bolsonaro, que receberam ampla atenção da mídia no Brasil. Mas, de acordo com o testemunho dado por Moro, tornado público no início de maio, o presidente queria o controle da Polícia Federal no Rio de Janeiro. As autoridades brasileiras estão investigando as acusações de Moro. Os filhos, todos funcionários públicos, estão sob investigação por suspeita de má conduta, incluindo alegações de desvio de dinheiro público”, disse em outro trecho.
O diário também incluiu aspas do ex-ministro. “Para combater a corrupção, é preciso ter um programa muito forte, inclusive no Congresso, e não vi o apoio do presidente para essas reformas, disse. ‘Comecei a sentir como se estivesse no governo como um símbolo anticorrupção, mas sem o governo de fato implementando políticas públicas consistentes nessa área”.
De acordo com o WSJ, “o gabinete do presidente recusou-se a comentar as alegações de Moro”.