As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) serão antecipadas para o próximo sábado (3) de julho. Os episódios da última semana, com a acusação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, de que Bolsonaro não tomou providências sobre as denúncias de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin antecipou os protestos. As denúncias também vão turbinar o superpedido de impeachment que será apresentado pela oposição nos próximos dias.
A campanha “Fora Bolsonaro”, que encabeçou os atos pelo impeachment em 29 de maio e 19 de junho, convocou para o próximo dia 3 nova mobilização nacional contra o presidente. A manifestação estava marcada para 24 de julho. A ideia é aproveitar o calor das revelações para mobilizar a população e pressionar o governo.
O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), que já anunciou o superpedido de impeachment, também chama para os atos contra Bolsonaro.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) também já se posicionou.
Participam da campanha as frentes Povo Sem Medo, a Brasil Popular, a Coalizão Negra por Direitos, PT, PCdoB e Psol.
“DIA 3 É RUA PARA TIRAR BOLSONARO! Movimentos sociais de todo o Brasil, que compõem a Campanha Fora Bolsonaro, acabaram de decidir pela antecipação das manifestações para o próximo sábado. Vamos às ruas! #3JForaBolsonaro”, escreveu Guilherme Boulos (Psol), que lidera a frente Povo Sem Medo.
Senadores afirmam que Bolsonaro prevaricou
A CPI da Pandemia ouviu na sexta-feira (25) os depoimentos do deputado Luis Miranda e do irmão dele, Luis Ricardo. Eles denunciaram possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal. Levaram o caso a Bolsonaro que nada fez.
Pelo contrário, o chefe do Executivo nomeou a esposa do líder do governo para o conselho de administração de Itaipu, ex-governadora do Paraná, Cida Barros (PP), menos de dois meses depois de ser comunicado das irregularidades. O salário dela é de R$ 27 mil. De acordo com o Luis Miranda, foi o próprio Bolsonaro que atribuiu a Ricardo Barros os problemas envolvendo a compra da vacina.
No depoimento, os irmãos Miranda confirmaram o encontro com Bolsonaro em 20 de março. Na ocasião, ele também disse que iria mandar investigar o caso, mas a Polícia Federal não encontrou nenhum inquérito relacionado às denúncias.
A revelação do Ricardo Barros, no entanto, só ocorreu no fim do depoimento, após forte pressão dos senadores.
Para a oposição, Bolsonaro cometeu crime de prevaricação, ou seja, deixou de praticar algum ato para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Este será o novo argumento a ser incluído no superpedido de impeachment que a oposição vai apresentar.
Com informações do Congresso em Foco