
O diretório estadual do PSB no Rio Grande do Sul decidiu apoiar a candidatura de Eduardo Leite (PSDB) ao governo do Estado no segundo turno. “Não iremos compactuar com uma candidatura que representa o retrocesso e que fecha as portas para quem pensa diferente”, disse o presidente estadual da sigla, Mário Bruck, em crítica ao candidato apoiado pelo Planalto, Onyx Lorenzoni (PL).
“Por decisão unânime, anunciamos nosso total e irrestrito apoio à candidatura de Eduardo Leite, convictos de ser a melhor opção para mantermos o diálogo e a democracia”, informou Bruck nesta tarde, durante entrevista coletiva. Ainda, disse, o PSB “não tem nenhum condicionante” para o apoio.
Vicente Bogo, ex-candidato do PSB ao governo estadual, também falou durante a coletiva, e ressaltou as ameaças atuais à constituição e à democracia. “Estamos consigo nessa caminhada de segundo turno para garantir a nossa soberania do Rio Grande do Sul frente a esse quadro e nós contribuímos, dentro do possível, também, com a eleição do Lula lá em cima. É óbvio que não temos essa exigência, não tem nenhuma, foi dito.”
Ele destacou que, por parte do PSB, não há dúvidas em relação ao “compromisso com a eleição de Lula e Alckmin. Não podemos ter essa dúvida, senão vamos deixar fazer a conjugação, o alinhamento do pior.”
Leite se mostrou satisfeito com a decisão e lembrou as diferenças com o PSB, mas que as divergências foram sempre com “respeito e diálogo. Ainda agradeceu a Bogo pela campanha no primeiro turno, com “bons debates programáticos”.
Impasse de Eduardo Leite
“Recebo esta manifestação de apoio, que vem sem condicionantes por parte do PSB com alegria e muito orgulho, porque o PSB participou lá no Governo Sartori quando ajudou, também, o estado a avançar na discussão de temas importantes e participou no nosso governo na Assembleia e com os seus quadros nos ajudando a governar o Rio Grande do Sul.”
No Estado, Leite enfrenta um impasse. Disputando contra um candidato governista, a declaração de voto do tucano na disputa nacional tem sido vista como um passo definidor no seu futuro político.
Leite teme que, se escolher apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode perder votos de eleitores conservadores. No entanto, apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), como fez em 2018, também pode tirar votos do ex-governador e fortalecer a candidatura de Lorenzoni, que foi ex-ministro da Casa Civil e da Cidadania na gestão Bolsonaro.