
Em sessão remota nesta segunda-feira (25), o Plenário do Senado aprovou a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações sobre declarações que fez em 22 de abril, durante reunião com o presidente da República e outros ministros.
No vídeo dessa reunião, Weintraub disse que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam ser presos e que há muita corrupção em Brasília.
Os requerimentos foram apresentados pela senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ainda não foi marcada a data para a audiência.
Para Rose de Freitas, é inadmissível pensar em política ouvindo as palavras que foram proferidas por Weintraub.
Ela disse que, no início do vídeo da reunião ministerial, achou que estava assistindo a um filme de terror, mas que teve certeza do que estava vendo ao chegar ao trecho do ministro da Educação. Para a senadora, o silêncio do Congresso “envergonha e não colabora com o país”.
“Apenas quero respeito aos poderes constituídos, à população, ao Congresso Nacional, ao Senado. Não iremos a lugar algum se nos omitirmos”, disse a senadora ao defender o requerimento.
Mulher e Meio Ambiente
Rose de Freitas havia apresentado outros requerimentos para a convocação dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
No vídeo da reunião ministerial, Salles fala em “passar uma boiada” durante a pandemia, com referência a mudanças na legislação ambiental. Já Damares defendeu a prisão de governadores e prefeitos.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) pediu responsabilidade e serenidade na apreciação dos requerimentos.
Ele destacou que a reunião era restrita e tinha o objetivo de cobrar mais engajamento e solidariedade por parte dos ministros. Bezerra ainda pediu para a votação ficar restrita ao requerimento para o ministro da Educação, ao reconhecer que as falas de Weintraub “cruzaram a linha do respeito”.
Devido ao acordo, o senador Weverton (PDT-MA), que presidia a sessão, colocou em votação apenas o requerimento para a convocação de Abraham Weintraub.
Carta
Logo após a aprovação da convocação de Weintraub, Fernando Bezerra leu uma carta do presidente da República, Jair Bolsonaro, em que ele nega interferência na Polícia Federal e diz esperar o arquivamento do inquérito no Supremo Tribunal Federal.
Na carta, o presidente reafirma seu compromisso com a democracia e diz que são levianas todas as acusações de que ele interfere na Polícia Federal.
“Os depoimentos de inúmeros delegados federais ouvidos confirmam que nunca solicitei informações a qualquer um deles. Espero responsabilidade e serenidade no trato do assunto”, disse.
Com Agência Senado