O principal órgão brasileiro de inteligência, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), usa banco de dados públicos e pesquisas na internet para levantar antecedentes de candidatos a integrar o governo federal. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
A Abin é uma das responsáveis por checar passado e referências de indicados a cargos comissionados no primeiro escalão e passou a ser criticada por sua atuação na avaliação do nome de Carlos Alberto Decotelli para o Ministério da Educação.
Decotelli chegou a ser nomeado na quinta (25), mas não foi empossado após serem reveladas falsidades em seu currículo.
Além da Abin, a Secretaria Geral da Presidência e a Casa Civil devem analisar a vida pregressa dos indicados.
No Twitter, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, se defendeu no episódio Decotelli e negou que a Abin tenha falhado.
“O GSI/Abin examinam, sobre quem vai ocupar cargos no governo, antecedentes criminais, contas irregulares e pendentes, histórico de processos e vedações do controle interno. No caso de ministros, cada um é responsável pelo seu currículo”, afirmou.
A ausência da análise do currículo de Decotelli levou a mais uma crise no governo e colocou a agência em saia justa. Procurada, a Abin não respondeu aos questionamentos da Folha.
Pelo artigo 6º da lei nº 13.341 de 2016, caberia ao GSI, ao qual Abin está vinculada, assistir direta e imediatamente ao presidente da República e analisar e acompanhar questões com potencial de risco ao governo.