Compondo a chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) ganhou uma estrutura própria de campanha para tentar ‘virar’ votos para o PT no interior de São Paulo e ampliar diálogo com representantes de setores refratários ao ex- presidente: empresário e representantes do agronegócio e da saúde em Estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Alguns veículos de imprensa relatam que Alckmin não tem comparecido em agendas com alas mais “radicais” da esquerda, quando na verdade, o ex-governador tem adotado um tom mais cauteloso ao divulgar sua agenda de campanha aos jornalistas, pois Alckmin é um líder político moderado e tem como estratégia de campanha, estudar melhor suas agendas a fim de ampliá-las.
Prova disso é que no sábado (20), em comício no Vale do Anhangabaú, o ex-governador discursou, brincou com os militantes e foi aplaudido ao lado de Lula.
“A militância do PT não teve nenhum problema com Alckmin”, afirma o deputado Emídio Souza, coordenador do plano de governo de Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo. “O papel dele (Alckmin) na campanha é muito importante, especialmente em São Paulo. O ex-governador é um fiador importante tanto para o Lula quanto para o Haddad e ajuda a abrir portas. A importância se mede pelo simbolismo: ele é alguém que o País vê como moderado”, disse Emídio.
Nesta semana, por exemplo, Alckmin vai participar do Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em Brasília. O setor majoritariamente apoiou Bolsonaro, em 2018, como reação ao programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos para o Brasil.
A estratégia de Alckmin é reduzir a resistência conservadora a Lula e reforçar que ele faz parte de uma frente ampla em defesa da democracia, da Constituição e das conquistas sociais. Alckmin tem lembrado nas conversas que ele e Lula foram deputados constituintes.
A campanha também integrou as agendas da esposa de Alckmin, Lu Alckmin, e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula. A presença das duas em eventos e nas redes é uma tentativa de fazer um contraponto à primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem um papel importante na campanha do marido.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo