O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou nesta segunda-feira (29), que acionará o Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-chanceler Ernesto Araújo. Segundo Molon, acusação será baseada nas trapalhadas da política externa adotada pelo ex-ministro das Relações Exteriores e que causaram prejuízos nas negociações para a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Brasil.
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“Ernesto Araújo foi o responsável pela condução de uma política externa que levou à falta de vacinas no Brasil, com prejuízos graves para a saúde e para a vida dos brasileiros.”
Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição
Ligado à ala ideológica do governo Bolsonaro, Araújo causou constrangimento nas relações com países como a China, e a Rússia – todos produtores de vacinas. Além do episódio em 2020, na Organização Mundial do Comércio (OMC), quando ficou contra a Índia na defesa da quebra de patentes, mudando, inclusive, o entendimento do país sobre o assunto.
Araújo se diz vítima de narrativa falsa
Após pedir sair do Ministério nesta segunda, Araújo publicou uma carta para agradecer ao projeto pelo tempo que permaneceu à frente do Itamaraty. Segundo ele, sua saída ocorre após ser alvo de uma “narrativa falsa e hipócrita, a serviço de interesses escusos nacionais e estrangeiros, segundo a qual minha atuação prejudicaria a obtenção de vacinas”.
Araújo desagradou Congresso Nacional
Ernesto deixa o Itamaraty, após intensificar embates no Parlamento. Bolsonaro atendeu ao “pedido” do Centrão, após recado duro do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) na última semana. Em pronunciamento no Plenário, Lira afirmou que “os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos”. O mais amargo deles é o impeachment e há 69 pedidos esperando análise dele.
Depois disso, o agora ex-chanceler tentou se reconciliar com os presidentes da Casas Legislativas, mas era tarde. A gota d’água foi a troca de farpas com a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado. Apesar dos fatos, Araújo afirmou na carta que colocou seu cargo à disposição do governo.