
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (12) que, a prorrogação dos pagamentos do auxílio emergencial será “uma certeza” em caso de segunda onda de casos de Covid-19. A declaração foi dada em evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
“Existe possibilidade de haver uma prorrogação do auxílio emergencial? Aí vamos para o outro extremo. Se houver uma segunda onda de pandemia, não é uma possibilidade, é uma certeza. Nós vamos ter de reagir, mas não é o plano A. Não é o que estamos pensando agora”, disse Guedes.
O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso Nacional inicialmente por R$600, após pressão da esquerda. Depois foram prorrogados uma primeira vez até setembro e, uma segunda vez, até dezembro. No entanto, houve redução do valor na prorrogação e últimas parcelas foram de R$300.
Segundo o ministro da Economia, ao final de 2020, o governo terá gastado mais de R$ 600 bilhões, ou 10% do PIB, para auxiliar os desassistidos e combater os efeitos da pandemia no emprego e na renda. Entretanto, no caso de uma segunda onda, a experiência adquirida neste ano pode fazer com que eventuais gastos emergenciais sejam de 4% do PIB.
“A pandemia está descendo, o auxílio está descendo junto, e a economia voltando. Essa é nossa realidade, nosso plano A. ‘Ah, mas veio uma segunda onda’. Ok, vamos decretar estado de calamidade de novo e vamos nós, de novo, com a experiência que temos agora, recalibrando os instrumentos”, explicou Guedes. “Ao invés de gastar 10% do PIB, como foi neste ano, gastamos 4% [em 2021]”, completou.
Guedes insiste em novo imposto
Durante o evento, Guedes voltou a defender o imposto sobre transações financeiras como uma forma de compensar a desoneração da folha de pagamentos de empresas. Segundo ele, a equipe econômica não quer criar impostos, mas sim promover uma “substituição tributária”.
“Nós não queremos criar um imposto. Queremos desonerar a folha de pagamentos. Quando nós falamos em desonerar a folha, precisamos encontrar uma forma de financiamento dessa desoneração. E daí falamos então no imposto, na verdade na contribuição, sobre transações”, disse.
Faltando apenas três dias para as eleições municipais, o ministro da Economia reafirmou que a “politica é que dá o ‘timing’ das reformas” e acrescentou que “não haverá aumento de imposto para quem paga imposto”.
“Mas quem nunca pagou, vai aumentar. Imposto sobre dividendo vai subir sim, para quem estava isento antes. Se tributarmos as transações, quem não pagava vai começar a pagar. Essas considerações estão sendo feitas. Agora é um momento politico”, disse.
Alta inflação
Guedes voltou a afirmar que a economia brasileira está retomando em “V” e disse estar surpreendido com a velocidade da retomada. Segundo o ministro, a alta da inflação, registrada nos últimos meses, é “temporária, transitória”.
De acordo com Guedes, quando houver a “aterrissagem” do auxílio emergencial, e aumento da produção agrícola, os preços tendem a recuar.
“Mesmo antes que isso aconteça [redução da inflação], ali na frente, já nos antecipamos. Quando a população começou a reclamar de aumentos excessivos, examinamos, agimos rápido no arroz e estamos examinando toda pauta de alimentação, para eliminar imposto de importação”, concluiu.
Com informações do G1