A obsessão de Jair Bolsonaro (PL) por armas está fortalecendo traficantes e quadrilhas do crime organizado. Decretos do presidente liberaram armamentos para colecionadores e atiradores. Enquanto isso, a importação de armas nunca foi tão alta no país.
De acordo com reportagem de Rafael Soares, em O Globo, existem inúmeros casos em que armamentos de supostos atiradores caíram nas mãos de quadrilhas de roubo de cargas, tráfico de drogas e do chamado “novo cangaço”.
Segundo levantamento, a quantidade de artefatos e munição nas mãos dos CACs explodiu no Brasil justamente nos últimos quatro anos, em consequência de muitos decretos de Bolsonaro, que ampliou os direitos da categoria.
O número de integrantes de atiradores desportivos aumentou de 117 mil, em 2018, para mais de 673 mil até junho de 2022, conforme informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
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Bolsonaro amplia limite de armas e munição
O presidente aumentou o limite de armamentos e munição a integrantes da categoria. Atualmente, atiradores podem ter até 60 armas e comprar 180 mil por ano; antes o limite máximo era de 16 armas e 40 mil cartuchos. Por isso, o arsenal nas mãos da categoria passou de 350 mil armas, em 2018, para mais de 1 milhão, diz a reportagem.
Iminente derrota de Bolsonaro influencia aumento de armas
Com a iminente derrota de Bolsonaro nas urnas, conforme mostram toda as pesquisas de intenção de votos, a importação de armamentos disparou no Brasil, de acordo com o jornal Valor Econômico.
“Um número sem precedentes de armas de fogo chegou ao Brasil nos últimos dois meses. Foram 40.303 revólveres e pistolas em julho e 39.389 em agosto. Nunca, em 25 anos, segundo as estatísticas disponibilizadas pelo Ministério da Economia, tantas armas de fogo foram trazidas ao país por mês. Pelos números de julho e agosto, o equivalente a mais de 1.200 armas de fabricantes estrangeiros entrou por dia no Brasil no ao longo desses meses”, aponta reportagem de Marcos de Moura e Souza, do Valor.
Embora os dados disponíveis não traduzam as razões do crescimento nas importações, a avaliação de pessoas envolvidas no debate, o aumento pode estar diretamente relacionado com a perspectiva de derrota de Bolsonaro.
O motivo é que Lula defende a retomada do Estatuto do Desarmamento e critica de maneira veemente o armamento da população.
Com informações do Brasil 247