
Negacionista sem dúvida. Omisso com certeza. Relatos também dão conta da preguiça no trabalho – chega ao Palácio do Planalto no final da manhã e sai antes do pôr do sol.
O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), responsável pela péssima política econômica que elevou a inflação como há anos não se via no país – 10,06% -, ignorou a peleja causada pela chuva na Bahia enquanto curtia férias em Santa Catarina, mas mandou buscar seu médico nas Bahamas por não mastigar um camarão direito. Sem contar a atuação em favor do vírus – e não das pessoas – enquanto vivemos a pandemia da covid-19.
Para o presidente do PSB, Carlos Siqueira, os problemas do país têm “nome e sobrenome”.
O ex-presidente Lula (PT) critica o que chama de “um governo irresponsável”.
A lista de desmandos é longa e não passa desapercebida pela população: Bolsonaro amarga 57% de rejeição. Mas, ele não perde uma oportunidade para dizer que não tem culpa. Ou atacar adversários políticos, como faz costumeiramente com o governador do Maranhão Flávio Dino (PSB), ao tentar compará-lo a ditadores usando como argumento comentários gordofóbicos. Não críticas à atuação dele. O que gerou reações.
Para o líder da Oposição, deputado Alessando Molon (PSB-RJ), que lembra o caos que o país está mergulhado enquanto Bolsonaro agride adversários. Por isso, enfatiza que não adianta tentar jogar a culpa nos outros.
Sobre os ataques preconceituosos e vazios, Flavio Dino foi enfático.
O mesmo vale para pessoas nomeadas por ele que se distanciam do negacionismo de Bolsonaro. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus técnicos passaram a ser atacados com veemência por ele e seus apoiadores, especialmente, após a liberação de vacinas contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.
O que gerou uma resposta contunde do presidente da agência, o contra-almirante e médico Antônio Barra Torres, sobre as acusações feitas sem provas de que a Anvisa teria interesses ocultos na aprovação da imunização infantil contra a doença. Como resposta, Bolsonaro negou ter feito ilações contra a agência e seus técnicos.
Bolsonaro ‘malvadão’
Nesta quarta-feira (12), Bolsonaro voltou a culpar o Supremo Tribunal Federal (STF) por sua omissão no cargo.
“De três anos de governo, dois são de guerra na questão da covid. Não pudemos trabalhar. Você vê: a cada 10 decisões do STF, nove são contrárias à gente, e são propostas por partidos que não têm voto dentro do parlamento”, afirmou em entrevista à Gazeta do Brasil.
Sobre os novos reajustes dos combustíveis, com alta de 4,85% na gasolina e 8,08% no diesel, Bolsonaro jogou toda a culpa para a Petrobras.
“Alguém acha que foi aumentado o preço da gasolina e do diesel porque sou o malvadão?”, disse se esquivando de sua responsabilidade.
Aproveitou a oportunidade para dizer que se pudesse, ele se livraria da estatal. Algo que ele vem fazendo desde que chegou ao governo.
O fato é que em um ano, desde janeiro de 2021, gasolina e diesel acumulam altas de 77,04% e 78,71%, respectivamente. E a fome aumenta.