O presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) não se conteve e caiu no choro na manhã desta segunda-feira (5), durante cerimônia de cumprimentos aos oficiais das Forças Armadas.
Cena ocorreu durante rara aparição do presidente após a derrota para Lula nas eleições deste ano.
O mandatário esteve acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A menos de um mês de deixar o comando do governo federal, Bolsonaro chorou em alguns momentos da cerimônia e chegou a limpar lágrimas com as mãos. O momento foi registrado na transmissão da TV Brasil durante a entrada dos militares para cumprimentar o presidente.
🇧🇷 Jair Bolsonaro chora durante cerimônia de cumprimentos aos oficiais das Forças Armadas.
— Eixo Político (@eixopolitico) December 5, 2022
Cena ocorreu durante rara aparição do presidente da República após a derrota para Lula nas eleições deste ano. pic.twitter.com/ZSwmGg5Id3
Jair Bolsonaro (PL) não consegue esconder sua apatia. Calado desde sua derrota para o presidente eleito Lula (PT) no segundo turno das eleições, ou seja, há mais de um mês, o ainda ocupante do Palácio do Planalto, nas poucas aparições públicas que fez, deixou claro, não só pelo silêncio, mas pelo seu semblante, um abatimento emocional profundo.
Leia também: Brasil vai ter grande campanha de vacinação contra Covid, diz Alckmin
A tristeza de Bolsonaro ficou evidente, por exemplo, no último evento em que esteve presente. Nesta quinta-feira (1) ele participou de uma cerimônia de promoção de oficiais do Exército em Brasília e, o que se viu, foi um presidente em fim de mandato com expressão fechada, claramente incomodado.
Apesar de ter sido fechada à imprensa, a cerimônia foi transmitida pela TV Brasil e, durante cerca de 1 hora de evento, Bolsonaro permaneceu em silêncio e, muitas vezes, foi flagrado olhando “para o nada”. O evento, nas redes sociais, foi comparado a um velório.
Ao jornalista Chico Alves, do portal UOL, aliados e pessoas próximas confirmaram que a situação do futuro ex-presidente não é nada boa. “Ele acreditava que haveria alguma mudança no quadro político, por conta das manifestações à porta dos quartéis e nas rodovias, mas acho que percebeu que não tem jeito”, disse um amigo de Bolsonaro que esteve com ele em outra cerimônia militar recente, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), ocasião em que o mandatário também ficou em silêncio.
Segundo um outro aliado, Bolsonaro, que já estava emocionalmente desestabilizado, teria ficado ainda mais apático após a notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antecipou a diplomação de Lula – o que deixa o petista apto para iniciar o mandato – para 12 de dezembro.
“À medida que a mudança de governo se aproxima, ele nota que a situação é irreversível. A tristeza dele é preocupante, talvez seja caso médico”, revelou o interlocutor.