Em entrevista concedida à CNN Brasil neste sábado (13), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não viajará mais à Argentina para celebrar os 30 anos da criação do Mercosul.
A viagem, anunciada na live semanal do último dia 4 de março, estava prevista para o dia 26 de março. O presidente não comentou, no entanto, o motivo do cancelamento. Ao ser questionado sobre a relação entre ele o presidente argentino Alberto Fernández, o mandatário afirmou que está tudo bem.
“No dia 26 – está previsto – estarei em Buenos Aires, na nossa querida Argentina. Estarei celebrando os 30 anos da criação do Mercosul. (…) Logicamente, ele [Alberto Fernández] quer e eu quero uma conversa reservada, e publicamente vamos tratar das questões econômicas dos nossos países”, destacou Bolsonaro, durante a transmissão.
Lula e Fernández
O cancelamento da viagem ocorre na mesma semana em que o ex-presidente Lula agradeceu ao atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, por visitá-lo enquanto estava preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Na ocasião, em 2019, Fernández afirmou que a prisão do líder petista se tratava de uma “mácula ao Estado de Direito”.
A intenção da Argentina de intensificar a adesão da Bolívia ao Mercosul também não agrada ao governo brasileiro. A prisão da ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Añez, a pedido do Ministério Público daquele país, foi outro episódio que não teria agradado ao Itamaraty. Añez é acusada acusada de conspiração, sedição e terrorismo durante o processo de anulação aberto contra o líder político Evo Morales (Movimento pelo Socialismo – MAS), em novembro de 2019.
Relação distante com a Argentina
Até o momento, ainda não houve um encontro entre os presidentes do Brasil e da Argentina. Jair Bolsonaro se reuniu, por videoconferência, com Alberto Fernández no dia 30 de novembro de 2020. A reunião foi vista como uma aproximação entre as duas maiores economias do Mercosul.
O Mercosul foi criado em 1991 com a participação do ex-presidentes do Brasil, Fernando Collor; da Argentina, Carlos Menem; do Paraguai, Andrés Rodríguez; e do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou. O objetivo do bloco, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, é aderir políticas de integração econômica.
A Venezuela está suspensa desde 2017, e a Bolívia pretende aderir ao bloco, mas aguarda confirmação do Congresso brasileiro, único parlamento – dos integrantes do Mercosul – que não aprovou a adesão do país.
Com informações da CNN