
A popularidade do presidente Jair Bolsonaro aumentou neste mês, na comparação com dezembro do ano passado. Pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada na última quinta-feira (24) mostra que a fatia da população que considera o governo ótimo ou bom é de 40%, 11 pontos a mais do que em dezembro (29%), quando o levantamento foi realizado pela última vez. O índice é o maior desde o início do mandato.
A avaliação negativa, ou seja, aqueles que classificam a administração federal como ruim ou péssima caiu de 38% para 29% no mesmo período. Entre uma pesquisa e outra, o país enfrentou a pandemia de Covid-19, que, até ontem, matou mais de 139 mil pessoas, de acordo com levantamento feito pela coalização de veículos de imprensa.
Postura diante a pandemia
Nesse período, o governo liberou o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais e desempregados. Bolsonaro, porém, foi criticado pela postura em relação à crise sanitária.
O Ibope também perguntou aos entrevistados se aprovam ou desaprovam a maneira do presidente administrar o país. Nesse quesito, a aprovação pessoal de Bolsonaro subiu de 41% para 50%, voltando ao patamar observado em abril de 2019 (51%). Foram consultadas 2 mil pessoas em 127 municípios no período de 17 a 20 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Efeito positivo
Para o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca, o auxílio emergencial teve efeito positivo sobre a popularidade de Bolsonaro.
“Há um crescimento significativo na percepção sobre a saúde e o combate à fome e à pobreza”, disse Fonseca.
O economista observou, porém, que a confiança no presidente foi o indicador que menos cresceu e está pior do que em abril de 2019 (caiu de 51% para 46%).
A popularidade de Bolsonaro cresceu no Nordeste, onde ele teve menos votos que o PT em 2018. Ali, a avaliação positiva do governo subiu de 21% para 33% em nove meses. Mesmo assim, o Nordeste continua sendo a região do país onde o governo é pior avaliado.
O quesito “ótimo e bom” atribuído a Bolsonaro atinge 52% no Sul, 45% no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste e 38% no Sudeste.
Meio Ambiente
Na área ambiental, a aprovação do governo variou de 40% para 37% entre dezembro de 2019 e setembro de 2020, no limite da margem de erro. Nos últimos meses, houve avanço das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Investidores estrangeiros, ruralistas e ambientalistas pressionam o governo a dar respostas contra a destruição das florestas. O presidente, no entanto, tem minimizado a crise.
Em discurso na Assembleia-Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) na terça-feira, Bolsonaro atribuiu a índios e caboclos a disseminação do fogo e disse haver uma “campanha brutal de desinformação” contra o Brasil.
Com informações do Estadão