Após chamar a Covid-19 de “gripezinha” e desdenhar das quase 700 mil mortes pela doença no país, Jair Bolsonaro (PL) usou a pandemia para justificar os gastos exorbitantes no cartão corporativo.
Nesta quinta-feira (12), o governo Lula liberou uma planilha com todos os gastos do cartão corporativo, que foram negados por Jair Bolsonaro nos últimos quatro anos. A planilha inclui os valores usados pelos presidentes desde 2003, quando o petista deu transparência às contas da Presidência em seu primeiro mandato.
Os dados mostram uma verdadeira farra com o dinheiro público feita por Bolsonaro. Entre os gastos estão uma nota de R$ 33 mil na padaria de luxo Santa Marta no dia 22 de maio de 2021, na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro. O estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo da Presidência durante a gestão Bolsonaro.
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O maior gasto foi com o Ferrareto Hotel, onde Bolsonaro se hospedava no Guarujá, no litoral paulista, em um total de R$ 1,46 milhão, com indícios de superfaturamento. O ex-presidente ainda gastou com sorvete, supermercado gourmet e até nas lojas da Havan.
Em seu canal no Telegram, Bolsonaro alega que “além de ter gasto menos que Lula e Dilma” – o que é uma mentira – fez uso do cartão com o resgate de brasileiros da China durante a pandemia, que foi feito via Ministério das Relações Internacionais.
“Além de ter gasto menos que Lula e Dilma em seus quadriênios de mandatos presidenciais, o cartão corporativo custeou parte do resgate de Brasileiros em Wuhan/China, por ocasião do covid em 2020”, se justifica.
O valor estimado de R$ 27,6 milhões faz de Bolsonaro o presidente que mais gastou com o cartão corporativo em quatro anos de governo.
Com dados corrigidos, Lula gastou R$ 22 milhões tanto no primeiro, quanto no segundo mandato. Dilma Rousseff (PT) usou R$ 24,5 milhões em seu primeiro mandato. No segundo mandato, quando Michel Temer deu o golpe, os gastos do governo com o cartão totalizaram R$ 18 milhões. Antes do primeiro governo Lula os dados eram sigilosos.