Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na terça-feira (10), a Polícia Federal (PF) encontrou, em um dos armários, um documento comprometedor que deve incriminar ainda mais Jair Bolsonaro (PL).
Os agentes apreenderam uma minuta (proposta) de decreto para o então presidente instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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O objetivo, conforme o texto, era reverter o resultado da eleição vencida pelo presidente Lula (PT), de acordo com reportagem de Vinicius Sassine e Camila Mattoso, na Folha de S.Paulo. A medida é inconstitucional.
O material tem indicação de ter sido produzido depois do resultado do segundo turno das eleições de 2022. A alegação para a intervenção no TSE seria apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do tribunal, antes, durante e depois do processo eleitoral.
Exoneração e pedido de prisão
Alexandre de Moraes, ministro STF, determinou, nesta semana, a prisão de Torres, que ainda não retornou ao Brasil de sua passagem pelos Estados Unidos.
Ex-ministro de Bolsonaro, Torres reassumiu o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) em 2 de janeiro e, em seguida, viajou de férias para os EUA.
Com isso, ele não estava no Brasil, quando bolsonaristas cometeram atos terroristas, domingo (8), contra as sedes do STF, Congresso e Palácio do Planalto, em Brasília. A consequência é que ele foi exonerado pelo então governador do DF, Ibaneis Rocha, que também foi afastado por Moraes.