
Deputados do PSB reagiram nesta quinta-feira (4) à informação de que o governo Bolsonaro deixou de fora da lista de prioridades entregue ontem ao Congresso Nacional a discussão sobre a retomada do auxílio emergencial.
A relação de 35 propostas – 20 enviados à Câmara e 15 ao Senado – incluiu medidas esperadas, como reforma tributária e administrativa, além de privatizações e autonomia do Banco Central, mas deu ênfase também às chamadas pautas de costumes defendidas pela militância bolsonarista, como o HomeSchooling e acesso a armas de fogo.
A priorização dos temas acontece ao mesmo tempo em que Bolsonaro recorre ao Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar a decisão liminar que suspendeu os efeitos da resolução do governo federal que pretendia zerar as taxas de importação de revólveres e pistolas. Diante da prevalência dos temas “caros” à gestão, Bolsonaro voltou a ser alvo de protesto de congressistas.
Líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ) chamou atenção para o levantamento publicado pelo Fantástico, que mostra que o fim do auxílio emergencial “pode empurrar o Brasil para o abismo”. “63 milhões de brasileiros podem ficar abaixo da linha da pobreza e 20 milhões abaixo da pobreza extrema. Não podemos permitir tamanha crueldade! #600AteOFim“, disse o deputado.
‘Genocida’
“Prioridades do Bolsonaro para o Brasil não é auxílio emergencial, vacinação ou programas sociais. É privatizar empresa pública; facilitar acesso às armas de fogo; mais reformas para retirar direito do povo; passar a boiada no meio ambiente; e mineração em terra indígena. Genocida!”, declarou, via Twitter, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA).
‘De costas para o Brasil’
Tadeu Alencar (PSB-PE) também não poupou críticas às prioridades de Bolsonoro: “Nada sobre o auxílio emergencial e a vacina contra o coronavírus na mensagem enviada por Bolsonaro ao Congresso Nacional. Já a liberação de armas e a mineração em terras indígenas ganharam espaço especial. Governo cego às necessidades do povo, de costas para o Brasil!”.
Promessa de batalha em 2021
Representante do PSB na Bahia, a deputada Lídice da Mata prometeu reação à agenda do governo. “Neste início de ano legislativo, lutaremos pela prorrogação do auxílio-emergencial, vacinação para todos, retomada dos empregos e democracia”, disse, após a abertura dos trabalhos legislativos.
A mesma promessa foi feita pelo deputado Denis Bezerra (PSB-CE). “Passadas as eleições da Câmara, iniciamos hoje o ano legislativo. Lutarei incessantemente para garantir a continuidade do auxílio emergencial, assegurar a vacina para todos, defender os direitos garantidos e aprovar uma reforma tributária justa e solidária para nosso país!”, afirmou.
O papel do auxílio da economia
O deputado Aliel Machado (PSB-PR) reforçou que o auxílio emergencial continua sendo importante não apenas para a pessoa que recebe: “Também é importante para o comércio local principalmente nos pequenos municípios para girar a economia. Isso é uma pauta que vai ser discutida aqui e não há mobilização por parte do governo federal”, avalia.
Sem auxílio e com avanço das privatizações
Na lista enviada pelo Planalto estão pedidos para dar celeridade à privatização da Eletrobrás, à reforma tributária e liberação do projeto que prevê mineração em terras indígenas.
O trio, formado pelo chefe de Estado e presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), prometeu ontem que as medidas para combate à pandemia e recuperação da economia serão prioridade. “A pauta é voltada à pandemia, economia e reformas de Estado”, declarou Bolsonaro.