por: Lillian Bento Postado em: 24/08/2022 - 19:22 Atualizado em: 24/08/2022 - 16:59
Após a participação do presidenciável Ciro Gomes (PDT) no Jornal Nacional nesta terça-feira (23), a equipe Fato ou Fake, do G1, checou as principais falas do candidato.
Entre as declarações do pedetista está a de metade da população ainda estaria indecisa em relação ao voto, o que não é verdade. De acordo com a última pesquisa Ipec (antigo Ibope), divulgada no dia 15 de agosto, o número de indecisos era de apenas 7% do total de eleitores.
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A mesma pesquisa mostrou que 77% dos eleitores estavam totalmente decididos quanto ao voto para presidente em 2022.
A pesquisa Datafolha, divulgada no dia 18 de agosto, também confirma que a declaração de Ciro é falsa e aponta que apenas 2% dos eleitores estão indecisos.
O presidenciável disse também que 40 milhões de brasileiros migram do Sul e do Nordeste para “integrar e não entregar” a Amazônia.
A declaração é fake porque durante a Ditadura Militar, o então presidente Castelo Branco estimulava, em 1966, uma política para a Amazônia que ficou conhecida por “integrar para não entregar”. E brasileiros, de fato, migraram para a região, mas não em um número tão elevado.
Em 1976 a população total da Amazônia estava em torno de 7 milhões de pessoas e em agosto de 2021, de acordo com o IBGE, a população total dos 9 estados que compõem a Amazônia é de 28 milhões de pessoas.
Outra declaração identificada como inverdade é a de que Fortaleza não tem mais áreas de riscos. De acordo com o próprio site da prefeitura a capital cearense tem hoje 89 áreas de risco, onde moram 21,3 mil famílias.
De acordo com a Defesa Civil, áreas de risco são territórios que ameaçam a segurança dos moradores devido a vulnerabilidade.
Não é bem assim
Outras declarações de Ciro Gomes foram classificadas como verdades incompletas ou distorcidas. O presidenciável disse, por exemplo, que a lei de combate ao tráfico de drogas no Brasil levou 800 mil jovens negros e pobres das periferias do Brasil para presídios.
A lei a que Ciro se refere, promulgada em 2006, estabelece critérios para “repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas”. No mesmo ano, havia 339.580 pessoas presas no país e, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2007, não havia a informação da população negra em situação de cárcere.
De acordo com o anuário de 2021, 46,4% dos presos no Brasil têm entre 18 e 29 anos: 380,799 e 67,5% são negros: 553.965. O total da população carcerária é de 820,689.
Entre as verdades ditas por Ciro está a de que ele foi o mais popular governador do Brasil. De fato, quando ele deixou o governo do Ceará, em setembro de 1994, tinha uma aprovação de 74%, a melhor entre os doze governadores consultados em levantamento do Datafolha.
Ciro foi o segundo candidato entrevistado no Jornal Nacional. Nesta quinta será a vez de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Simone Tebet (MDB).
