A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu quatro investigações sobre a troca de comando da Petrobras. O anúncio foi feito em comunicado divulgado na segunda-feira (15) e pontua que as operações feitas com opções de vendas da estatal não teriam dado o resultado apontado por notícias nas últimas semanas.
Há suspeitas de que dias após o anúncio da saída do presidente Roberto Castello Branco teria havido uso de informações privilegiadas (insider trading), que renderam lucro de R$ 18 milhões a um investidor. A suspeita foi divulgada em reportagem de O Globo. A demissão do CEO levou as ações da empresa a caírem 27%.
Estão sendo investigadas operações com ações de código PETRN265. A Petrobras nega ter havido lucro com esses ativos. Apesar do comunicado, a estatal ainda não descarta operações com uso de informação privilegiada e ganhos com essas ou outras opções da companhia.
Já a CVM afirma que “estão em andamento as análises para a identificação de todas as operações com indícios de utilização de informação relevante não divulgada envolvendo ativos e derivativos relacionados à Petrobras no período indicado”.
A notícia de O Globo que serve de base para a investigação informou que na quinta-feira, 18 de fevereiro, foram compradas 4 milhões de opções de venda por R$ 0,04 cada, com preço de exercício em R$ 26,50, totalizando uma operação de R$ 160 mil. Caso esta operação tenha sido carregada até a segunda-feira seguinte, quando o papel preferencial da estatal fechou a R$ 21,45, o lucro na operação estaria próximo de R$ 20 milhões.
Declaração de Bolsonaro será investigada
A CVM esclareceu ainda que outros três processos estão em andamento. Em um deles, está sendo analisada a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que “algo vai acontecer” na Petrobras após ter ficado incomodado com os reajustes de combustíveis feitos pela empresa.
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Nesse caso, o processo, aberto no dia 20 de fevereiro, vai verificar “o cumprimento dos deveres de divulgação de informações pelos acionistas controladores, administradores e demais pessoas relacionadas à Petrobras”.
Outro processo envolve diretamente a mudança na presidência da estatal. Aberto no dia 23 do mês passado, este caso analisa a conduta da União no caso envolvendo a divulgação de notícias sobre a saída de Castello Branco do comando da companhia.
O quarto processo foi aberto em 1o de março para verificar “o enquadramento do currículo do General Silva e Luna aos requisitos previstos na Lei das Estatais, para sua investidura no cargo de presidente da companhia”.
Com informações do Infomoney