por: Sheila Rezende Postado em: 21/01/2021 - 15:43 Atualizado em: 21/01/2021 - 18:16
A pandemia da Covid-19 nunca foi tratada como uma crise sanitária pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), assim como a sua vacinação. A chegada da doença ao Brasil revelou a desorganização e fragilidade do governo, o negacionismo das autoridades que deveriam assumir a crise, a negligência e principalmente a crise política velada. O resultado: mais de 200 mil brasileiros mortos.
Matéria do jornal O Globo desta quinta-feira (21), mostra o costumeiro comportamento eleitoreiro dos políticos brasileiros, que colocam, sempre, interesses pessoais acima dos interesses do coletivo, do cidadão. De vira-casaca ao fura fila. Tem de tudo.
Leia mais: Jogo político coloca em risco a vacinação contra a Covid-19
Segundo levantamento do jornal, políticos que antes criticavam a vacina, agora posam ao lado do imunizante, reverberam a atitude em redes sociais e saem como heróis, a exemplo do próprio Jair Bolsonaro, que mudou o discurso e chama a Coronavac de ‘vacina do Brasil’.
A cara de pau dos políticos brasileiros não para por aí. Com o início da distribuição das vacinas, alguns “negacionistas de carteirinha” correram para garantir um foto, uma frase de apoio. Acompanhe alguns exemplos trazidos pela apuração do jornal O Globo. Curiosamente, os que melhor ilustram o perfil são aliados ao presidente e vinculados ao partido que alçou Bolsonaro à presidência do país.
Filipe Barros (PSL-PR)
Nos últimos meses, Barros que chamava o imunizante de “vacina chinesa de Doria”, defendia a vacina de Oxford e o uso de cloroquina contra a Covid-19. Domingo, desdenhou da aprovação da Coronavac pela Anvisa. Porém, quando as doses chegaram ao Paraná na terça-feira (19), postou foto orgulhoso de ser o único deputado presente e atribuiu o feito a Jair Bolsonaro.
Bia Kicis (PSL-DF)
Até dezembro, Bia Kicis espalhava fake news dizendo que a Coronavac, chamada por ela de ‘vachina’, poderia alterar o DNA das pessoas e defendia não usar a máscara. Agora, posta vídeo comemorando a entrega das vacinas em 25 estados.
Helio Lopes (PSL-RJ)
Em outubro, Lopes demonstrou apoio a decisão de Jair Bolsonaro de não comprar “a vacina chinesa de João Doria”, dizendo que o povo “não será cobaia”. Agora, usa uma declaração do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que sua pasta “está trabalhando com o Instituto Butantan no desenvolvimento da vacina desde o início”.
General Girão (PSL-RN)
Há poucos dias, o militar deputado declarou que tomar a vacina era como “saltar de um avião com 50% só de chance de abrir o paraquedas”. Agora, celebra o início da vacinação.
