O deputado federal socialista Rodrigo Agostinho (PSB-SP) solicitou informações detalhadas ao Ministério da Cidadania sobre os cortes no orçamento do Programa Alimenta Brasil.
Diante dos índices alarmantes de brasileiros em situação de insegurança alimentar, o socialista criticou o esvaziamento do programa feito pelo governo federal enquanto há pessoas “garimpando” carne em restos de ossos.
“O Programa, que já chegou a ter a destinação de 430 milhões de reais do orçamento em 2014, teve apenas 28 milhões de reais em 2020 e 58 milhões de reais no ano passado, em plena pandemia. Foram feitas alterações nos critérios para a distribuição de recursos que antes atendiam regras técnicas, priorizando regiões mais necessitadas, para a ausência de parâmetros, abrindo brechas para o uso político”, alegou.
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O parlamentar socialista também alertou para os números crescentes divulgados recentemente pela Ação da Cidadania, que indica que o número de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil — ou seja, pessoas que estão passando fome — quase duplicou em menos de dois anos. Segundo a pesquisa, 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação, o que equivale a 15,5% da população.
O deputado Agostinho cobrou que sejam especificados os dados relativos ao orçamento previsto para o programa e os recursos empenhados e pagos no atual governo.
Além disso, solicitou os valores previstos para o orçamento 2022 e os motivos para a redução da verba, bem como a estimativa orçamentária para o Orçamento Geral da União de 2023 que foi encaminhada ao Congresso.
Fome no governo Bolsonaro
O governo Jair Bolsonaro (PL) levou o Brasil de volta ao mapa da fome, que hoje atinge 33,1 milhões de pessoas – número superior ao de 1993, quando 32 milhões não tinham o que comer. Em apenas dois anos, durante a pandemia, a quantidade de brasileiros sem ter o que comer dobrou.
Estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), divulgado nesta quarta-feira (8), revela também que mais da metade da população convive com algum tipo de insegurança alimentar.
De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 58,7% dos brasileiros não têm acesso a uma alimentação adequada devido à renda. Em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros nessas condições, aumento de 7,2% em relação a 2020, início da pandemia de covid-19.
Com informações do PSB40