Faltando apenas 10 dias para o fim do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou o ministro das Comunicações, Fábio Faria. De acordo com a publicação, Faria pediu demissão. O cargo no ministério está desocupado e Bolsonaro não indiciou substitutos.
O ex-ministro é deputado federal desde 2007, mas deixou o cargo para chefiar o MCOM.
Faria, que chefiava a pasta desde junho de 2020, foi um dos ministros mais próximos de Jair Bolsonaro. Durante sua presença no governo, instrumentalizou a pasta à bel-prazer do governo e participou de complô golpista durante as eleições.
Com sua exoneração, Faria reassume já agora seu mandato de deputado. Se permanecesse, teria de retornar ao Brasil em 1º de janeiro para reassumir o mandato no governo Lula (PT).
Fábio Faria: insucessos como ministro, golpista nas eleições
A gestão de Fábio Faria na pasta das Comunicações pode ser resumida em uma palavra: apagada. Com apenas a liderança da implementação do 5G no Brasil de grande feito, a passagem do bolsonarista na Esplanada teve mais polêmicas e fracassos que ações positivas para o país.
No mais recente insucesso, a Starlink, empresa de satélite do bilionário Elon Musk, o dono do Twitter, desistiu de participar do chamamento público para a conexão de escolas distantes. O edital, da Rede Nacional de Pesquisa e Ensino (RNP) foi feito em conjunto com o Ministério das Comunicações.
Segundo a pasta, a empresa já tinha sinalizado que não conseguiria participar de qualquer tipo de certame antes de março de 2023 e, por isso, não se habilitou.
Em outubro deste ano, Fábio Faria, um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro à reeleição disse que se arrependeu por levantar suspeitas — chamou de ‘fato grave’ —, sobre falhas nas inserções em emissoras de rádio, tema usado por apoiadores do presidente para pedir o adiamento das eleições.
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A coordenação da campanha de Bolsonaro que levantou suspeitas sobre a não veiculação de inserções de propaganda do candidato à reeleição criou uma crise no QG bolsonarista.
Nos bastidores, tanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quanto o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, cacique do PP, demonstraram contrariedade com a investida contra o Tribunal Superior eleitoral (TSE).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou a ação bolsonarista por ausências de provas e inconsistências feitas no levantamento apresentado pela campanha do presidente.