Mesmo em um cenário em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) sejam eleitos presidente e vice-presidente da República, os desafios da esquerda na Câmara dos Deputados serão imensos. Porém, o PSB segue na articulação das nominatas e parlamentares da sigla se dizem otimistas com as construções para as eleições de outubro.
O deputado federal Bira do Pindaré (PSB-MA) afirma que o partido está preparado para buscar a ampliação da bancada na Câmara.
“Organizamos nominatas com chapas para deputado federal em quase todos os estados e temos uma forte expectativa de ampliar nossa bancada. Estamos muito otimistas e temos a certeza de que a postura do partido a partir da autorreforma nos ajudo a alinhar e construir um projeto nacional, no qual estamos empenhados que é a eleição da chapa Lula-Alckmin”, avalia.
Para Bira do Pindaré, um dos grandes desafios será resgatar o sentido de democracia no Brasil. “Precisamos começar pelo fim do orçamento secreto que é uma aberração com desvios e manipulação de decisões tomadas pelo Congresso Nacional. Precisamos acabar com essa situação viciada que prejudica a democracia brasileira.”
Um outro ponto crucial para outros deputados da sigla é a realização de uma ampla Reforma do Estado brasileiro logo no início de 2023. O tema foi amplamente debatido na Autorreforma do partido, aprovada no XV Congresso da Autorreforma do PSB, ocorrido em abril deste ano.
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“Não podemos insistir na ideia de que o [presidente Jair] Bolsonaro veio do nada. Há um esgotamento do atual modelo de democracia no Brasil e ele é a expressão disso”, avalia o deputado federal, Elias Vaz (PSB-GO), que é pré-candidato a reeleição.
Para o socialista os deputados que integrarem o novo parlamento vão precisar encarar a realidade de que há uma parcela da sociedade que, por estar revoltada com esse atual sistema político, acaba tomando decisões equivocadas, como eleger Bolsonaro.
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“Não é à toa que a marca que Bolsonaro trabalha com seus apoiadores é a der o antipolítica, o antissistema e isso dialoga com muita gente. Nós, que acreditamos e queremos fortalecer a democracia temos que encarar que há muitas questões anacrônicas e superadas dentro desse modelo historicamente construído no Brasil.”
Reforma do Estado e Autorreforma do PSB
O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) concorda que a maior responsabilidade em uma possível eleição da chapa Lula-Alckmin será dar suporte parlamentar e compor uma bancada progressista no Congresso.
“O grande desafio das deputadas e deputados será ajudar a construir um modelo de desenvolvimento para o Brasil que possa gerar emprego e renda e tirar o Brasil do mapa da fome”, avalia Alencar.
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“Em toda a sua história, o PSB sempre aprimorou sua atuação parlamentar e busca fortalecer os quadros políticos. Todos os socialistas que estão disputando eleições neste ano tão desafiador para a política brasileira estão ombreados com as forças progressistas do Congresso para fortalecer o presidente Lula, que voltará a presidir do Brasil. Confiamos”, afirma o deputado.
Entre os parlamentares do PSB que trabalham na construção de pré-candidaturas estão Lídice da Mata (BA), Bira do Pindaré (MA), Rodrigo Agostinho (SP), Gervásio Maia (PB), Rafael Motta (RN), Denis Bezerra (CE), Camilo Capiberibe (AP), Tadeu Alencar (PE), Milton Coelho (PE) e Heitor Schuch (RS).
“No Rio Grande do Sul, nossa nominata ainda está em construção. Tenho visto um belo trabalho de organização e planejamento da direção estadual. Quem planta boas sementes colhe. Temos plenas condições de fortalecer a bancada”, avalia Heitor Schuch.
Compromisso com os Estados
A deputada federal Lídice da Mata (BA) não comentou a respeito de uma possível pré-candidatura, mas na última quarta-feira (18) reafirmou seu compromisso na luta pelo povo baiano ao assumir a coordenação da bancada da Bahia no Congresso Nacional.
“Reafirmo o interesse em defender o meu Estado. Como é de praxe, o coordenador sempre é da base do governo e o vice um parlamentar da oposição ao governo estadual. No entanto, todos temos o mesmo objetivo, que é lutar pelos interesses da Bahia”, afirmou a deputada.
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Em Goiás, o deputado federal Elias Vaz acredita que o PSB disputará a Câmara Federal com uma nominata qualificada. “Conseguimos montar uma boa chapa. Filiamos três deputados estaduais com mandato e um será candidato a federal e dois a reeleição”, conta.
Sobre a própria pré-candidatura a reeleição, Elias afirma também ter uma expectativa positiva. “Estou confiante em minha reeleição e acredito que o PSB-GO fará ao menos mais um deputado federal. Avalio o nosso primeiro mandato como tendo sido muito positivo. Acho que conseguimos um reconhecimento, inclusive da própria mídia com o trabalho nosso trabalho de fiscalização, que ganhou notoriedade em especial no caso das Forças Armadas”, avalia.
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Para o socialista, em caso de reeleição a fiscalização seguirá a ser uma prioridade de seu mandato, ainda que a chapa Lula-Alckmin seja eleita.
“A fiscalização é inerente ao Poder Legislativo e eu lamento muito que muitas pessoas entendam que essa é um função apenas da oposição. Quando o legislativo está comprometido com a fiscalização é possível ajudar o chefe do Executivo que esteja de fato bem intencionado a atuar melhor”, pontua.
No Rio Grande do Sul, Heitor Schuch acredita que o PSB no Estado está comprometido a atuar para ajudar na recuperação do Brasil após os anos de impacto da pandemia e do governo de Bolsonaro.
“Nossa atuação é permanente e nosso projeto tem três pilares, que são agricultura, saúde e geração de renda. O desafio maior é criar políticas públicas que melhorem a condição de vida das pessoas e pacificar o Brasil. Só com muita união e um bom projeto de desenvolvimento econômico e social conseguiremos isso”, afirma.
Tadeu Alencar acredita que o PSB de Pernambuco tem atuado intensamente na melhoria da qualidade de vida do povo pernambucano. “Nós temos uma expectativa muito positiva para 2022. Exercemos dois mandados na Câmara Federal depois de oito anos como secretário no governo de Eduardo Campos, que sempre teve grande aceitação e muito empenho em aprimorar a administração pública.”
Alencar defende que a inclusão sempre foi uma marca do PSB no Estado e isso fortalece o partido regionalmente. Sobre o próprio projeto de reeleição afirma: “Acredito que teremos sucesso nas eleições de 2022, que vamos conquistar pela generosidade do povo pernambucano”, finaliza.
Desafios do PSB na Amazônia
Para o deputado federal, Camilo Capiberibe, um dos maiores desafios do PSB nos estados da Amazônia brasileira será reverter o intenso processo de destruição que o governo Bolsonaro acelerou na região.
“É fundamental e necessário que a Amazônia tenha uma política de desenvolvimento comprometida com o futuro. Nesse sentido o PSB está preparado para conseguir dar uma resposta às dificuldades da região, como o desemprego entre os jovens e a busca de equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico”, afirma.
Sobre as eleições, Capiberibe diz que a maior dificuldade dos partidos no Amapá será atingir sozinhos o coeficiente eleitoral, com a proibição das coligações.
“Nós somos um estado pequeno que tem oito vagas e que tem um deputado, então é mais difícil construirmos uma nominata competitiva. Temos agora 11 ou 12 nominatas apresentadas, mas há a perspectiva de atingir 80% do coeficiente eleitoral e garantir a eleição de ao menos um deputado, Estamos empenhados”, finaliza.