
O candidato do PDT à prefeitura de Fortaleza, José Sarto, que explora na campanha a ligação do adversário, Capitão Wagner (Pros), com o presidente Jair Bolsonaro, construiu no segundo turno uma aliança da esquerda à centro-direita e levou para o programa eleitoral na televisão uma declaração de apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
De acordo com o Globo, a gravação foi exibida no mesmo dia em que nomes do PT, PSDB e PSOL, entre outras legendas aparecerem na propaganda.
Segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda (23), Sarto tem 53% das intenções de voto, enquanto Wagner conta com 35%.
Em uma rápida aparição, Maia, que esteve na capital cearense na semana passada, quando se reuniu com o governador Camilo Santana (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), afirmou que “ninguém governa sozinho”. No encontro, os três trataram da eleição para a presidência da Câmara, no início do ano que vem, e de cenários para a corrida eleitoral de 2022.
No mesmo programa, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que já foi aliado, adversário e depois se reconciliou com Ciro na política local, disse que Sarto é o nome “mais preparado” para administrar Fortaleza.
Coligação e apoio a Sarto
DEM e PSDB já integravam a coligação no primeiro turno, mas o arco na segunda etapa da campanha foi reforçado por PT — que havia lançado a ex-prefeita Luizianne Lins —, e PSOL, entre outras siglas. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) gravou um vídeo em apoio a Sarto, divulgado nas redes sociais. “É muito importante derrotar o candidato do Bolsonaro”, afirmou o parlamentar.
Desde o primeiro turno, o pedetista também é apoiado por siglas do centrão, como PP, PL e PTB. Sarto, que é presidente da Assembléia Legislativa do Ceará (AL-CE), é o candidato dos irmãos Cid e Ciro Gomes e do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Camilo Santana (PT), por outro lado, só declarou apoio ao fim do primeiro turno — apesar de aliado dos irmãos Gomes, ele não fez gestos ao pedetista enquanto a candidata do PT se manteve na disputa.
Wagner, por sua vez, além de ter contado no primeiro turno com um pedido de votos feito por Bolsonaro, também foi tema de um vídeo em que o ex-ministro Sérgio Moro afirma que ele não teve participação do motim da Polícia Militar ocorrido no estado em 2019 -a vinculação estava sendo usada por adversários. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também está ao lado de Wagner.
Com informações do jornal O Globo