O coronel da reserva do Exército, Paulo Cezar Dias de Alencar, foi designado como substituto em eventual cargo de secretário de Desenvolvimento Cultural na pasta da Cultura do governo Bolsonaro. A portaria foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (28).
A Secretaria Nacional de Desenvolvimento Cultural é comandada por Maurício Waissman, que se apresenta nas redes sociais como “cristão, conservador, bolsonarista raiz, escritor, palestrante, professor, advogado, artista plástico e cronista dos absurdos tragicômicos do cotidiano”. É de responsabilidade da pasta principalmente a infraestrutura de espaços culturais.
Formado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), Alencar ocupou o cargo de assessor técnico em engenharia civil no Superior Tribunal Militar (STM), entre 2018 e 2019.
Em setembro de 2019, foi nomeado para um cargo comissionado de coordenação dentro do Ministério da Infraestrutura.
Em agosto deste ano, foi nomeado para o Desenvolvimento Cultural, como diretor do Departamento de Desenvolvimento, Análise, Gestão e Monitoramento.
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Outra pasta da Secretaria Especial da Cultura que está sob mando de um militar é a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura é chefiada por André Porciuncula, capitão da PM.
A Fundação Nacional das Artes (Funarte), também vinculada à Cultura, é outro exemplo do aparelhamento militar no governo Bolsonaro. Desde setembro, a Funarte é comandada por Lamartine Holanda, coronel da reserva do Exército.
Cultura e governo militarizados
Em levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a pedido foram identificado 6.157 militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo. Ministério da Defesa considera somente os da ativa e diz que são 3.029. O número é mais que o dobro do que havia em 2018, no governo Michel Temer (2.765).
Com informações da Folha