Exemplo do crescimento da adesão de movimentos de direita e de representantes da sociedade civil, cerca de 700 ex-alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram um abaixo-assinado, onde pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro pela condução no combate à Covid-19. As informações foram divulgadas pela jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
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“Em defesa da saúde e da vida de nosso povo, entendemos que é preciso exigir do presidente da Câmara dos Deputados a imediata abertura do processo de impedimento do Sr. Jair Messias Bolsonaro, dentro das normas legais e constitucionais por crime de responsabilidade e prevaricação. É preciso dar um basta ao descaso deste governo. Basta! Em defesa do SUS! Em defesa da vida! Pela imediata abertura do processo de impeachment!”, diz a carta.
Mais de mil ex-alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP e 300 ex-alunos da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também fizeram um abaixo-assinado contra o presidente.
Recorde de pedidos de impeachment
Bolsonaro é o líder do executivo que mais recebeu pedidos de impeachment na história do Brasil. Até agora foram mais de 60 pedidos apresentados ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A lei que dá base para a maioria dos pedidos apresentados é a 1.079, de 1950, que discrimina os crimes de responsabilidade. Segundo a norma, se enquadram neste tipo de crime os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal e especialmente contra a existência da União, o livre exercício dos poderes, a segurança interna do país, o direito político dos indivíduos, a probidade administrativa, a lei orçamentária e o cumprimento das decisões judiciais.
Apesar das inúmeras críticas que Maia tem feito a Bolsonaro, segundo a Folha de São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados teria dito a aliados que não deve abrir nem arquivar nenhum pedido de impeachment. Ele alega que não há ambiente político, além de não querer dar espaço para acusações de oportunismo, já que em menos de um mês ele deixa o cargo.