
A destinação de R$ 20,3 milhões prevista para 2021 para a Fundação Cultural Palmares representa uma perda de quase R$ 3 milhões em relação a 2020, correspondente a 40% dos R$ 48 milhões de 2011. De acordo com a Folha, a previsão orçamentária do Executivo para a fundação é a menor na série histórica dos últimos dez anos, com correção pela inflação.
Os números são de um levantamento elaborado pela bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara dos Deputados, a partir de informações requisitadas pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), via Lei de Acesso à Informação.
Ofensas a lideranças negras
Convertida em um campo de batalha na guerra cultural empreendida por bolsonaristas contra correntes de esquerda, a entidade, por meio de seu presidente Sérgio Camargo, tem protagonizado episódios de ofensas públicas a lideranças do movimento negro.
Em junho, Camargo teve áudios vazados pelo Estadão nos quais se referia ao movimento negro como “escória maldita”. Na ocasião, ele ainda criticou o Dia da Consciência Negra, falou em demitir “esquerdista” e usou o termo “macumbeira” para se referir a uma mãe de santo.
Documentário pede saída de Camargo e resgata lutas do movimento negro
Por meio de dispositivos legais, em atos de repúdio ou até mesmo pela arte, setores dos movimentos negros pedem o afastamento do presidente do órgão, que tem atuado contra as pautas desses coletivos ao invés de promover a preservação dos valores de influência negra.
No dia 10 de setembro, o Coletivo de Intelectuais Negras e Negros lançou o documentário “Vozes Negras por Palmares”, que exalta a história de luta do movimento negro por direitos e exige a saída de Sérgio Camargo do comando da Fundação Palmares. A produção idealizada por intelectuais e professores negros, contou com o apoio e o depoimento do pai de Camargo, o poeta e escritor Oswaldo de Camargo.
Segundo os idealizadores, o documentário oferece uma “breve aula sobre a atuação do movimento negro na luta por uma sociedade justa, equânime e igualitária”.
Confira a produção que está disponível no Youtube:
Com informações da Folha e Carta Capital