Nesta sexta-feira (12), os governadores dos estados do Nordeste afirmaram que esperam fechar a compra da vacina Sputnik V a preço menor do que será pago pelo Ministério da Saúde. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que obteve desconto do Instituto Gamaleya, da Rússia, na compra de 39 milhões de doses do imunizante. Cada uma será comprada no valor de US$ 9,95.
Leia também: Casagrande, Câmara e outros 19 governadores divulgam Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde
Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que demoraram a procurar o laboratório e fechar acordo, pagarão mais caro: US$ 13. Além disso, estão limitados a comprar somente 10 milhões de doses.
A vantagem do Consórcio do Nordeste acontece porque as negociações foram feitas desde 2020. “Em agosto do ano passado, o presidente do Consórcio na época, Rui Costa (PT), governador da Bahia, teve a iniciativa de fazer um memorando de compra para 50 milhões de doses. Mas esbarramos na legislação, que não permitia compra que não fosse pelo Ministério da Saúde. Ficamos aguardando alterações. Agora tivemos a decisão do Lewandowski [ministro do STF] e foi sancionada lei que permite compra descentralizada”, explicou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Segundo o governador, o contrato deve ser assinado ainda nesta sexta-feira.
“Está previsto para hoje o fechamento dessa compra. O Ministério comprando, ele paga. Não pagando, nós firmamos contratos e pagamos. Mas, neste caso, vamos dialogar com estados, porque o Brasil tem dificuldade de um estado pagar a despesa do outro. Esse é o ponto onde esbarramos”, destacou Dias, ressaltando que a intenção, de qualquer forma, é distribuir as vacinas para todo país.
“Vacina salva vidas!”
Em sua conta no twitter, Rui Costa disse que a compra das doses da vacina contra a Covid-19 visa acelerar o processo de imunização dos soteropolitanos e do povo brasileiro e que, só assim, poderemos “voltar à normalidade e garantir a retomada da nossa economia”,
É assim que venceremos a guerra contra o #coronavírus. Só assim poderemos voltar à normalidade e garantir a retomada da nossa economia. Até a imunização em massa, continuo pedindo a colaboração de todos. Use máscara e evite aglomerações.
— Rui Costa (@costa_rui) March 12, 2021
“É esperança renovada de dias melhores!”
Também pela redes sociais, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), celebrou o acordo de aquisição dos imunizantes com a Rússia.
“Graças ao espírito colaborativo e liderança do governador Rui Costa, que junto ao Consórcio Nordeste vinha há meses em negociação com o Fundo Soberano da Rússia, agora temos um contrato de aquisição de 39 milhões de doses da vacina Sputnik V”, escreveu no microblog.
Pelo mesmo canal, a governadora afirmou que a iniciativa nordestina significa a “esperança renovada de dias melhores”.
É esperança renovada de dias melhores! Viva a Bahia, viva o Nordeste, viva o Brasil! VIVA O SUS! #VacinaParaTodos
— Fátima Bezerra (@fatimabezerra) March 12, 2021
Consórcio Nordeste pede doação de vacinas dos EUA
Após terem conhecimento de um lote com 10 milhões de doses da vacina da Astrazeneca/Oxford estocado e sem previsão de aplicação nos Estados Unidos, na última quarta-feira (10), representantes do Consórcio também demonstraram intenção de enviar carta ao governo Joe Biden pedindo a doação dos imunizantes ao Brasil. De acordo com informações da Folha, as doses ainda não estão sendo usadas nos Estados Unidos pois o país ainda não treinou profissionais para aplicar especificamente a vacina de Oxford.
Além do contato com Biden, os governadores nordestinos também pretendem convencer a Organização Mundial da Saúde (OMS) a antecipar o envio de doses já previstas para o Brasil de vacinas do consórcio Covaxin.
“O mundo está dizendo que o Brasil é um risco, por estar com a epidemia descontrolada, com recordes de contaminações e mortes e que pode ser um celeiro de novas variantes do coronavírus. É preciso nos ajudar a solucionar o problema. E a solução são mais vacinas”, diz o governador do Piauí, Wellington Dias.
Com informações da Folha de S. Paulo