Um grupo de governadores quer o afastamento de subprocuradora Lindora Araújo, que integra o Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia de Covid-19 (Giac-Covid), do Ministério Público Federal (MPF). O pedido dos chefes de Executivos locais deve ser enviado ao Conselho Nacional do Ministério Público ainda esta semana.
A subprocuradora Lindora é conhecida pela afinidade com grupos bolsonaristas. No pedido encaminhado aos governadores ela fala em prejuízos ao erário ou mau uso da verba pública, pois a crise sanitária prossegue, mas faltam leitos. O pedido de esclarecimentos feito a governadores ocorre depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) os questionou sobre a situação dos hospitais de campanha para atendimento a pessoas com coronavírus.
O questionamento da subprocuradora ocorreu exatamente na semana que antecedeu a data prevista para o início os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Senado Federal para apurar a gestão do governo na crise sanitária e a aplicação de recursos federais em estados e municípios.
Governadores mobilizados
Os governadores que querem o afastamento de Lindora avaliam que houve tentativa de utilização de informações obtidas, por meio de um ofício, em favor do presidente Bolsonaro na CPI da Pandemia. Eles estão mobilizados para pedir a substituição da subprocuradora.
Os questionamentos foram enviados aos governadores 48 horas depois do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenar a criação da CPI, o que gerou a suspeita de que a subprocuradora poderia utilizar a solicitação de informação para reunir dados de interesse do governo a serem utilizados na comissão.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o ofício encaminhado aos governadores tem perguntas com juízo de valor a respeito dos gastos com o enfrentamento à pandemia da Covid-19. O documento também abordava suspeitas de desvios já levantadas por Bolsonaro e aliados.
Além disso, as perguntas contém termos que induzem a responsabilização dos governadores como, por exemplo, “prejuízo ao erário, não só em relação às vidas com a falta atual de leitos como decorrente da verba mal utilizada.”
Com informações da Folha de S.Paulo