O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) ficou de fora de uma iniciativa que engloba mais de 25 líderes de algumas das maiores economias do mundo para lidar com futuras pandemias. Um dos principais objetivos do pacto é criar uma cooperação internacional para garantir acesso às vacinas e tratamentos.
“Haverá outras pandemias e outras grandes emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral pode enfrentar esta ameaça sozinho”, dizem os líderes. “Juntos, devemos estar melhor preparados para prever, prevenir, detectar, avaliar e responder efetivamente às pandemias de uma forma altamente coordenada”.
O Itamaraty, no entanto, está sem um representante definitivo junto aos organismos internacionais. O ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deixou o cargo nesta segunda-feira (29) e, para o seu lugar, o governo vai nomear o diplomata Carlos Alberto França.
Segundo informações de Jamil Chade, no UOL, o governo já vinha adotando uma postura omissa em relação às iniciativas globais para lidar com a crise. O Brasil se ausentou de reuniões ministeriais e atacou projetos que conferem maiores poderes para a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A não participação do Brasil na reunião gerou reações nas redes sociais. O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) declarou que “Bolsonaro escolheu deixar o Brasil de fora deste pacto, que inclui vacinas e tratamentos”, e alertou que a atitude de mandatário “prejudica o enfrentamento a crises como a que atravessamos”.
Mais de 25 países se unem para enfrentar futuras pandemias, mas o gov. Bolsonaro escolheu deixar o Brasil de fora deste pacto, que inclui vacinas e tratamentos. Mais uma decisão que isola o país e prejudica o enfrentamento a crises como a que atravessamos.https://t.co/t9Y1Cb582p
— Alessandro Molon ?? (@alessandromolon) March 30, 2021
O novo pacto foi lançado nesta terça-feira (30) e conta com a participação da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, além da União Europeia. O projeto também terá representantes como o presidente do Chile, Sebastian Piñera, o governo da Costa Rica, além da Coreia do Sul, Indonésia e África do Sul.
Novo chanceler de Bolsonaro
A troca de Ernesto Araújo por Carlos Alberto Franco França no Ministério das Relações Exteriores não deve representar uma mudança muito significativa na pasta. Aos 56 anos, o novo chanceler é um diplomata considerado discreto e tem carreira ligada ao cerimonial do Itamaraty.
Da mesma forma que Araújo quando foi nomeado, França só foi promovido a embaixador há pouco tempo e nunca chefiou um posto no exterior. Antes de ser escolhido para o ministério, ele havia sido nomeado para comandar a assessoria especial da presidência.