Pesquisa do Sindicato das Entidades Mantenedoras (Semesp), grupo com 53 instituições de ensino, afirma que inadimplência no ensino superior cresceu 29,9% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Em São Paulo, o índice de alunos que terminaram o semestre com algum tipo de pendência financeira foi ainda maior: 47,7%.
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Os prejuízos causados pela pandemia, porém, vão além do atraso nos boletos por parte dos alunos. A evasão subiu 14%.
Segundo a pesquisa, a estimativa é que o setor tenha perdido 423 mil alunos entre trancamentos de matrículas, desistências e pessoas que deixaram de ingressar no segundo semestre. Isso significa encolhimento de quase 10% do mercado. A taxa também subiu mais em São Paulo do que no cenário nacional: o índice foi 18,7% maior que no mesmo período de 2019.
Composto por 90% de alunos das classes C, D e E, de acordo com o Semesp, o público do ensino superior privado sofreu com desemprego, diminuição ou perda de renda e suspensão ou redução de contrato de trabalho. Esse cenário, que também atingiu grande parte da população, é o pano de fundo dos trancamentos e desistências.
Por outro lado, a pesquisa traz ainda pequenos indícios de recuperação do setor para o ano que vem. As rematrículas para o segundo semestre ficaram próximas do patamar do ano passado com 89,7%, taxa 2,6% menor que no mesmo período de 2019. O principal fator de otimismo para 2021 é a retomada das aulas presenciais teóricas.
Com informações do Estadão