Dados divulgados nessa sexta-feira (11) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a Amazônia Legal teve uma área de 1.359 km² sob alerta de desmatamento em agosto. É o segundo maior dado em cinco anos, área é cerca de 300 km² maior que a de Belém (PA).
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Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), sistema que aponta áreas com marcas de devastação que precisam ser fiscalizadas pelo Ibama.
“Em agosto de 2020, foram 1.359km², a segunda maior marca para o mês desde o início da série histórica, porém 21% menor do que em 2019, quando tivemos a marca máxima para o mês, 1.714 km²”, disse, em nota, Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace.
Agosto marca o início da temporada de medições de desmatamento nos biomas brasileiros, que são feitas até julho do ano seguinte. O dado anterior, da temporada 2019-2020, o Deter apontou aumento de 35% na área em risco da Amazônia em relação ao ano anterior.
No entanto, os alertas do Deter não representam a taxa oficial de desmatamento considerada pelo governo. Esta medida é realizada pelo Prodes, que trabalha com imagens de melhor resolução espacial. Os dados de 2019-2020 ainda não foram divulgados.
Queimadas na Amazônia
Em agosto, os incêndios na Amazônia superaram, mais uma vez, a média histórica: foram 29.307 registros de queimadas ao longo de todo o mês. Ligado ao desmatamento, o fogo é parte da estratégia de “limpeza” do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), 71% das queimadas em imóveis rurais na região ocorreram para manejo agropecuário.
“Houve um aumento nas queimadas em julho, agosto permaneceu praticamente igual ao desastre do ano passado e os 10 primeiros dias de setembro registraram assombroso número de 13.810 focos de queimadas, o que representa um aumento de 85% em relação ao mesmo período do ano anterior”, comentou Rômulo.
O Pantanal também registrou recorde nos incêndios de julho, se tornando o mês com mais focos desde o início das medições feitas pelo Inpe, em 1998. Em agosto, o bioma registrou 5.935 focos de calor detectados, o segundo maior da história.
Com informações do G1
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