A cúpula do Judiciário acompanha com atenção a escalada retórica de Jair Bolsonaro (PL) contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e se diz preparada para reagir se o candidato à reeleição contestar os resultados em caso de derrota nas urnas no domingo, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
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A avaliação das fontes, que vêm analisando diferentes cenários ao longo dos últimos meses e dizem que nada está fora do esperado, é que um quadro crítico está se desenhando, com uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma margem apertada de votos e uma esperada contestação de Bolsonaro e aliados.
“O que se vê é uma série de coisas plantadas para desestabilizar e tumultuar o processo eleitoral”, disse uma alta fonte do Judiciário à Reuters que, descarta, no entanto, uma situação de caos pós-eleitoral. “Temos que acompanhar o que vai ocorrer no domingo. Manter contato com as forças de segurança para não ter tumulto nas ruas, mas a manifestação é livre”, frisou.
Outra alta fonte do Judiciário que conversou com a Reuters sob anonimato por causa da sensibilidade do tema diz que é “imprevisível” o que pode acontecer após a votação, uma vez que Bolsonaro está jogando seus apoiadores contra o TSE ao acusar a Corte e Moraes de agirem para favorecer Lula.
Sem respaldo oficial da campanha, apoiadores têm sido convocado pelas redes sociais para irem à Esplanada dos Ministérios no final da tarde de domingo para acompanhar a contagem dos votos, em uma chamada “Festa da Vitória”.
Outras possíveis situações de tensão também estão no radar, depois que Bolsonaro pediu para apoiadores acompanharem a votação ao redor das zonas eleitorais até o fechamento das urnas.
Ambas as autoridades ouvidas pela Reuters corroboram fontes internas do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) ao afirmar que a cúpula do Judiciário têm um plano de contingência pronto para domingo. Um esquema de segurança especial dos magistrados do STF e do TSE — além dos prédios das duas instituições —, foi montado e a leitura é que deve haver tensões até a diplomação do presidente eleito — em caso de vitória de Lula —, prevista para 19 de dezembro.
Com informações do Brasil 247