
O ex-deputado federal e coordenador do site Socialismo Criativo, Domingos Leonelli, afirma que os recentes levantes de rebeldia militar e golpismo, como a truculência que ocasionou a demissão do militar Júlio César de Arruda, contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem origem “fantasma” imaginário do anticomunismo nos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
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Ao utilizarem da falsa “ameaça” ao Brasil, os terroristas acreditam que podem fazer o que bem entenderem para “salvar o País do comunismo”. “Traduzido em fake news ou em lendas urbanas, tipo kitgays e mamadeiras de piroca, eles alimentam o discurso anticomunista de ódio e destruição do bolsonarismo”, declara Leonelli.
O ex-deputado, que participou de grupos técnicos durante o governo de transição, afirma que essa política, fomentada por figurões políticos da extrema-direita que estão cientes da inexistência da ameaça, possibilitou a formação de uma “militância armada e fortemente financiada por empresários, estimulada e talvez organizada por militares mas composta por arruaceiros, marginais e fanáticos que produziram o espetáculo dantesco de 8 de janeiro“.
E apesar de acreditar que a violência na capital federal e nas sedes dos poderes brasileiros tenha criado horror nos brasileiros e afrontado o senso de dignidade dos cidadãos, Leonelli declara que a ação terrorista teve resultado “contrário do esperado”, mostrando a força de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“A arruaça e a violência contra o patrimônio físico provocaram um efeito contrario para os bandidos fascistas. A impressão é que o plano que incluía a derrubada de torres de energia elétrica, ocupação de refinarias e bloqueio de acesso aos aeroportos deu errado por conta da baderna de Brasília”, completou.
“A boa estrela e o bons sentimentos Lula e Alckmin os levaram para fora de Brasilia no domingo fatídico e a arruaça foi, corretamente, qualificada como terrorismo provocando uma imediata reação de todas as forças politicas nacionais, mesmo de direita em torno do presidente democraticamente eleito. Uma grande onda nacional e internacional de solidariedade formou-se em defesa da democracia brasileira”.
Contudo, o socialista defende a necessidade do governo recompor os planos políticos e militares, agindo com maior “austeridade” e exigir disciplina e hierarquia das Forças Armadas após os ataques em Brasília.
“A recomposição do governo nos planos politico e militar vai exigir ainda mais austeridade, pompa e circunstância dos seus dignatários. Ministros e dirigentes públicos precisarão exercer suas funções com o dobro de solenidade e eficiência. Falar menos e fazer mais. Mais do que nunca a Nação precisa exigir de suas Forças Armadas o compromisso constitucional com a disciplina, a hierarquia e o Estado de Direito Democrático”, finalizou.