
O senador Sérgio Olimpio Gomes (PSL), conhecido como Major Olimpio, morreu nesta quinta-feira (18) por complicações derivadas da Covid-19, aos 58 anos. O parlamentar estava internado desde o 2 de março em um hospital da capital paulista, e no dia 5 de março foi transferido para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olimpio. Por lei, a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, diz a mensagem divulgada no Twitter do senador.
O senador deixa esposa e dois filhos.
Trajetória de Olimpio
Natural de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, Olimpio completaria 59 anos em 20 de março. Policial militar aos 20 anos, exerceu a função por 29 anos. Ele se elegeu a um cargo público pela primeira vez em 2006, como deputado estadual pelo Partido Verde de São Paulo. Permaneceu na legenda até 2010, quando filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).
O parlamentar ascendeu defendendo a melhora na remuneração de policiais, utilizando slogans como “Polícia nota 10, salário nota 0”. No PDT fez oposição ao PSDB de São Paulo durante seus mandatos como deputado estadual. Em seu segundo mandato, foi líder do partido na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
O major desligou-se do partido em 2015, quando juntou-se ao recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB), e, quatro meses depois, ao Solidariedade (SD). No mesmo ano ele assumiu seu mandato de deputado federal.
Nos anos seguintes, na Câmara, Olimpio começou a se destacar como forte oposição aos governos do PT (Partido dos Trabalhadores), chamando a atenção com um episódio no qual gritou “vergonha” durante a posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil do governo Rousseff e foi retirado do local por seguranças.
Em 2016 candidatou-se à prefeitura da capital paulista pelo Solidariedade, mas recebeu apenas 2,02% dos votos.
Enquanto deputado federal, o major fez críticas à presidência de Dilma Rousseff e, posteriormente, de Michel Temer (PMDB), ganhando notoriedade nas redes sociais. Em 2018, Olimpio se filiou ao PSL, partido do na época candidato à presidência Jair Bolsonaro.
Nas eleições deste mesmo ano ele lançou sua candidatura ao Senado e foi eleito como o mais votado do estado de São Paulo, alinhado às pautas de Bolsonaro, principalmente na esteira de armamento à população e defesas corporativas a policiais.
O presidente e o senador se distanciaram após a saída de Bolsonaro do PSL e devido a tensões entre o governo e a Operação Lava-Jato.
Durante a pandemia da Covid-19, Olimpio fez diversas críticas às medidas de João Doria (PSDB), principalmente em relação às restrições à circulação aplicadas pelo governador paulista. O parlamentar chegou até mesmo a protocolar um pedido de impeachment contra o tucano em abril de 2020.
Caso
Olimpio anunciou ter sido infectado no dia 2 de março e, na ocasião, disse estar bem, “com sintomas leves e em isolamento domiciliar”. O diagnóstico do congressista é parte de uma leva de testes positivos verificados após ‘romaria’ de prefeitos ao Congresso Nacional em busca de recursos para emendas. Além dele, o líder do Cidadania no Senado, senador Alessandro Vieira (SE) e Lasier Martins (Podemos-RS) também foram diagnosticados com a doença.
No dia 3 de março, o senador ainda participou da sessão de discussão da PEC Emergencial por vídeo-chamada e estava em uma cama de hospital. Nesta sexta-feira (12), na assessoria publicou mensagem nas redes sociais informando que o quadro do Major “segue estável, mas requer cuidados”.
Morte de senadores
Dois senadores já morreram por complicações em decorrência da Covid-19: Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos, em outubro de 2020, e José Maranhão (MDB-PB), aos 87, no início de fevereiro.
Com informações da CNN e G1