O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) constatou aumento de 190% nas mortes entre detentos e servidores em relação ao mesmo bimestre do ano passado. Apenas nos últimos 30 dias, as mortes por Covid-19 subiram 13,5% no sistema prisional, segundo o levantamento feito pelo órgão. Foram 48.143 casos da doença entre pessoas presas e 147 óbitos registrados, além das 122 mortes entre os servidores desde o início da pandemia.
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Já no sistema socioeducativo, responsável pelos menores infratores, houve aumento de 25,8% nos óbitos em decorrência do coronavírus, num total de 39 mortes que ocorreram apenas entre os servidores. Não houve nenhum registro de morte de adolescentes, mas foram 1.629 casos confirmados entre eles.
Mortes e infectados na pandemia
Os dados são de levantamento realizado pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ).
A pesquisa aponta que foram 71.342 mil ocorrências de Covid-19 desde o início da pandemia nos sistemas prisional e socioeducativo, entre os privados de liberdade e os servidores. Só nas unidades penais, foram 64.189 registros.
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Foram testados 254.105 presos e 66.199 servidores. Os estados com maior aumento no número de testes no sistema prisional foram Rio de Janeiro (14,8%), Piauí (9,7%) e Goiás (8,1%). O CNJ orientou juízes a reverterem a pena de detentos com comorbidades ou idosos do regime fechado para o domiciliar, mas ainda há um grande contingente desses grupos de risco nas cadeias brasileiras.
Investimentos no combate à pandemia nos presídios
Segundo o CNJ, foram investidos R$ 85,7 milhões em ações de combate à pandemia no sistema prisional, entre recursos federais e estaduais. Além disso, 25 estados informaram reverter a verba de penas pecuniárias em medidas de proteção contra o vírus.
O Brasil voltou a registrar mais de 2 mil mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas. Foram 2.233 vidas perdidas para a doença. Com os óbitos, o país ultrapassou as 272 mil mortes.
O CNJ recomendou que as pessoas privadas de liberdade tenham prioridade na vacinação, considerando a superlotação dos presídios. O órgão alerta que, com a proliferação do vírus no sistema prisional, os servidores podem se contaminar e transmitir a doença para a população livre.
Com informações de O Globo