As mulheres brasileiras conseguiram o recorde de pódios nas Olimpíadas de Tóquio desde Atlanta, em 1996, quando foram conquistadas as primeiras medalhas femininas do país. O crescimento do esporte feminino de alto rendimento chamou a atenção. Na capital japonesa, as mulheres responderam por nove das 21 medalhas ganhas pelos atletas brasileiros, o equivalente a 42,8% do total.
O percentual superou os 41,1% de Londres 2012, melhor marca até este ano. Destaque também para as medalhas de ouro. Os três títulos olímpicos femininos em Tóquio – Rebeca Andrade na ginástica artística, Ana Marcela Cunha na maratona aquática e Kahena Kunze e Martine Grael na vela – não superaram as quatro medalhas de ouro dos homens, mas foram o recorde de títulos para as mulheres brasileiras em uma edição dos Jogos. Em duas ocasiões – Pequim 2008 e Londres 2012 – as mulheres ganharam mais ouros que os homens, mas nos dois casos, foram apenas duas conquistas.
Confia a baixo o quadro de medalhas nas Olimpíadas de Tóquio:
Sete ouros
Ítalo Ferreira – Surfe
Rebeca Andrade – Ginástica Artística
Martine Grael/Kahena Kunze – Vela
Ana Marcela Cunha – Maratona Aquática
Isaquias Queiroz – Canoagem
Hebert Conceição – Boxe
Equipe Masculina – Futebol
Seis pratas
Kelvin Hoefler – Skate
Rayssa Leal – Skate
Rebeca Andrade – Ginástica Artística
Pedro Barros – Skate
Beatriz Ferreira – Boxe
Equipe Feminina – Vôlei
Oito bronzes
Fernando Scheffer – Natação
Mayra Aguiar – Judô
Laura Pigossi/Luisa Stefani – tênis
Bruno Fratus – Natação
Alison dos Santos – Atletismo
Abner Teixeira – Boxe
Thiago Braz – Atletismo
Participação das mulheres nos jogos anteriores
Segundo levantamento da Folha, antes de Tóquio, a melhor participação feminina havia sido nos Jogos do Rio-2016, quando elas foram responsáveis por 33,3% das medalhas nos 12 primeiros dias de competição.
A boa performance do time feminino até aqui projeta um patamar inédito para as atletas na campanha do país em uma edição dos Jogos Olímpicos. Até o momento, o recorde é de Pequim-2008, edição com pódios marcantes, como o título de Maurren Maggi no salto em distância ou o primeiro ouro olímpico da seleção feminina de vôlei. Lá, elas foram responsáveis por 41,2% das medalhas nacionais.
Falta de apoio ao esporte
É preciso lembrar que o esporte feminino demorou a receber apoio no Brasil. A primeira equipe olímpica do país, nos Jogos da Antuérpia, em 1920, não contou com nenhuma mulher, e a primeira participação de uma atleta olímpica brasileira, a nadadora Maria Lenk, só veio a ocorrer em Los Angeles-1932.
A prática de algumas modalidades em que hoje o Brasil briga por medalha, como futebol e judô, chegou a ser proibida para as mulheres durante décadas. Com tantas dificuldades, as brasileiras só foram estrear no pódio olímpico nos Jogos de Atlanta, em 1996, quando ganharam 1 ouro (vôlei de praia), 2 pratas (basquete e vôlei de praia) e 1 bronze (vôlei).
Ao longo deste tempo, elas têm conquistado mais espaço na delegação brasileira. É o que se vê em Tóquio. Todas as medalhas obtidas por mulheres até aqui vieram acompanhadas de alguma marca significativa para a história do esporte olímpico brasileiro.
Leia também: Campanha expõe realidade de mães solo sem auxílio emergencial no Brasil
1ª brasileira a ganhar duas medalhas
Rebeca Andrade conquistou um feito histórico nas Olimpíadas de Tóquio. Depois de faturar a prata no individual geral e se tornar a primeira brasileira medalhista olímpica na ginástica artística, ela foi ouro no salto neste domingo. É a primeira vez que uma brasileira sobe duas vezes ao pódio em uma única edição de Jogos Olímpicos.
As façanhas não ficaram só no tablado. No dojô, Mayra Aguiar ganhou, na última quinta-feira (29), um bronze improvável, já que seu desempenho em Tóquio era uma incógnita. A brasileira, que na carreira passou por sete cirurgias no joelho, ficou 16 meses sem lutar entre 2020 e 2021. Mas, ao derrotar a sul-coreana Yoon Hyun-ji, no histórico ginásio Nippon Budokan, principal palco do judô, garantiu sua medalha.
Mayra se tornou a única judoca brasileira, novamente entre homens e mulheres, a subir ao pódio em três Olimpíadas seguidas. Ela já tinha sido bronze em Londres-2012 e Rio-2016. Rafael Silva, o Baby, que poderia igualá-la, não conseguiu repetir o desempenho e acabou eliminado da disputa por medalhas.
Mulheres fazendo história
Outro medalha bastante comemorada foi o de Rayssa Leal, no skate street. Não bastasse ser a atleta mais jovem da história do Brasil em Olimpíadas, a maranhense também se tornou a mais jovem medalhista, aos 13 anos, ao conquistar a prata na estreia do skate em Olimpíadas.
Outra medalha histórica aconteceu no tênis. Laura Pigossi e Luisa Stefani conquistaram o bronze ao baterem as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina, vice-campeãs de Wimbledon, por 2 sets a 1, em uma virada espetacular. Foi a primeira medalha do Brasil no tênis em Olimpíadas.
Socialistas comemoram conquistas femininas
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), tem acompanhado e celebrado as conquistas das brasileiras pelas redes sociais.
Nesta terça-feira (3), O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ) vibrou com o ouro de Ana Marcela Cunha. Ela conquistou a medalha de ouro na maratona aquática nos Jogos de Tóquio. Com seus cabelos verde e amarelo, a baiana de Salvador fez uma ótima prova e deixou para trás suas adversárias na reta final. Ela completou a distância de 10 km em 1h59min30s8, pouco a frente da a holandesa Sharon van Rouwendall (1h59min31s7). O bronze foi para a australiana Kareena Lee, com 1h59min32s5.
Já o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) celebrou a vitória inédita de Martine Grael e Kahena Kunze na classe 49erFX de vela.
O líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral (PSB-PE) agradeceu a medalha conquistada pela Rayssa Leal, conhecida também como fadinha do skate brasileiro. O comitê olímpico afirmou pódio do Skate Street Feminino, em Tóquio, foi o mais jovem registrado na competição desde 1896. A brasileira tem apenas 13 anos de idade.
Esporte e Autorreforma PSB
No capítulo Direito à juventude plena, do livro 4 da Autorreforma, o partido defendea ampliação de espaços na política para atuação da juventude, nos partidos, fora deles e nos movimentos sociais. O esporte entra nesse quesito como uma das principais chaves contra a desigualdade social.
“O PSB defende a necessidade da ampliação e universalização do acesso às políticas públicas de esporte, cultura e lazer”
Autorreforma PSB
Os socialistas comprometem-se a definir estratégias específicas para estimular a participação de jovens na política, que inclua a formação de quadros e a relação do Partido com as organizações juvenis e estudantis
Com informações de O Tempo e Valor Econômico